Sequelas da Covid: Saúde estima que 8,5 milhões de brasileiros sofrem com algum mal deixado pela doença.
Portarias assinadas na manhã
desta quarta-feira (16) destinam R$ 423 milhões para o enfrentamento à Covid-19.
Estima-se que entre 30% e 75% das
pessoas que tiveram Covid-19 apresentam algum sintoma persistente após a
infecção. As queixas vão desde desconforto respiratório, alteração no olfato e
paladar, problemas de memória, dificuldades para dormir ou mesmo ansiedade e
depressão. O Ministério da Saúde acredita que cerca de 8,5 milhões de
brasileiros passam ou passaram por esses problemas.
A mineira Dayanne Timóteo foi uma
dessas pessoas. Ela desenvolveu Covid-19 em março de 2021. Quase um ano depois,
ainda apresenta sequelas. “Senti uma perda grande de memória. Às vezes eu tento
falar determinadas coisas e as palavras fogem”, lembra.
Para reforçar o atendimento a
essas demandas, nesta quarta-feira (16), o Ministério da Saúde destinou R$ 160
milhões para atendimentos de atenção primária no SUS para os casos de
pós-covid. Pela portaria, cada município será enquadrado em uma categoria de
prioridade: alta, média ou baixa. O índice leva em consideração quantitativo de
equipes, índice de vulnerabilidade social, porte populacional e taxa de
mortalidade por Covid-19.
Centros especializados
Outra portaria reforçou em 263
milhões o orçamento dos centros de referência à Covid. Atualmente, o País tem
2,1 mil Centros de Atendimento especializados em Covid-19, distribuídos em
1.849 municípios; e, ainda, 82 Centros Comunitários, em 21 municípios.
O secretário de atenção primária
à Saúde, Raphael Câmara, lembrou que a onda de Covid-19 causada pela Ômicron
resultou na maior parte dos atendimentos realizados pela atenção primária.
“Houve um aumento expressivo no atendimento aos casos gripais, mas, em nenhum
momento o sistema colapsou. As pessoas foram atendidas e testadas”, assegurou.
Dos cerca de 3,5 milhões de casos notificados de síndrome gripal leve no mês de
janeiro de 2022, quase 1,6 milhão foram atendidos nas unidades básicas de saúde
do SUS.
O ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, comentou que a estratégia de atenção básica à saúde é uma forma de se
evitar que os casos se agravem e necessitem de atendimentos mais especializados.
“Houve um reforço no orçamento desta secretaria: de R$ 17 bilhões nós ampliamos
para cerca de R$ 25 bilhões. O enfrentamento à Covid 19, não é feito só na
atenção especializada, mas na atenção primária”, defendeu durante o anúncio dos
recursos.
Sintomas persistentes
Estudo publicado na revista The
Lancet demonstrou que seis meses após a infecção aguda, 76% dos 1.733 pacientes
avaliados ainda apresentavam algum sintoma persistente. Cansaço e fraqueza
muscular foram as queixas mais comuns, presentes em 63% dos casos. Essas
sequelas foram seguidas por dificuldade de dormir, ansiedade e depressão. Além
disso, entre os que tiveram formas mais graves da doença, 56% desenvolveu algum
tipo de alteração pulmonar.
Fonte: Brasil 61 -
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