Parlamentares com menos de 30 anos representam apenas 7,2% dos eleitos em 2020.
Descredibilidade e
deslegitimidade, machismo e racismo, saúde mental e privacidade digital,
desigualdades de recursos financeiros e espaço de protagonismo nos partidos são
alguns dos principais desafios apontados por jovens para ingressar na política.
Os relatos fazem parte da pesquisa ‘#JovensNoPoder – Redesenhando o Rumo da
Política Agora!’, que aponta que vereadores com menos de 30 anos representam
apenas 7,2% dos eleitos em 2020, número bem inferior ao ano de 2012, quando
eram 8,7%.
Para a secretária executiva de
Estado das Juventudes e pré-candidata a deputada federal, Rafaela Camaraense (foto), é
preciso acabar com as barreiras que impedem os jovens de ingressar na política.
“Carecemos de ações mais robustas e mudanças estruturais para modificar essa
realidade. Além de renovar a política, trazendo referências positivas e
oxigênio para enfrentar as crises democráticas, jovens possuem maneiras
inovadoras de questionar o sistema, propondo fazeres que sejam mais próximos
das realidades dos cidadãos”, destacou.
A pesquisa revela que as
dificuldades para os jovens não estão apenas em sair candidatos, mas também a
participar do processo eleitoral. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
mostram que pouco mais de um milhão de eleitores entre 16 e 17 anos estiveram
aptos a votar, em 2020. Número 55% menor que o contabilizado em 2016. Esses
jovens representam 0,7% do eleitorado, contra 1,6% na última eleição municipal.
Para Rafaela Camaraense, a grande
potencialidade das juventudes está no fato de que, ao ocuparem os espaços do
legislativo e executivo, levam consigo todas as vivências diversas que servem
de base para a construção de políticas públicas mais inclusivas e plurais.
“Temos que reconhecer os jovens como sujeitos políticos capazes de alterar
lógicas de poder que limitam a visão positiva e transformadora da política”,
observou.
De acordo com a secretária, os
jovens, assim como mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+ são grupos mais
vulneráveis socialmente no Brasil. E quando as camadas sociais de gênero, cor/raça
e classe se juntam, as realidades ficam mais desiguais. “Por isso, é necessário
fortalecer a imaginação política com referências e práticas positivas que
possam resgatar a confiança das pessoas, principalmente dos jovens, nas
instituições políticas”, disse.
Participação – De acordo com a pesquisa, com a democracia sendo disputada por governos populistas e antidemocráticos, a aceleração das mudanças por meio da tecnologia digital e os desafios da pandemia da covid-19, que evidenciam ainda mais as desigualdades sociais, as jovens lideranças podem ser elos condutores de transformações vitais para o futuro das democracias.
Assessoria
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