A privatização da Eletrobras pode inviabilizar o Projeto das Águas da Transposição denuncia deputado Jeová Campos.
Depurado Estadual Jeová Campos (PT) |
“A privatização da Eletrobras
(Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) terá impacto direto na gestão das águas
da Transposição do Rio São Francisco porque os futuros donos da Eletrobras vão
querer controlar os rios, que são importantes patrimônio da nação brasileira”,
alertou hoje (10), o deputado estadual paraibano, Jeová Campos. Presidente da
Frente Parlamentar da Água e da Agricultura Familiar da ALPB, Jeová argumenta
que se isso ocorrer, o capital especulativo passará a ser o dono das grandes
geradoras de energia que são as usinas hidrelétricas tendo, inclusive, o
controle da vazão dos rios. “Ai, eles terminarão tendo o controle da gestão das
águas, inviabilizando o projeto da Transposição”, reitera o parlamentar.
Acreditando na eleição de Lula,
segundo apontam as pesquisas de opinião que dão larga vantagem ao candidato
petista, o parlamentar paraibano disse que defenderá junto ao presidente Lula a
revogação dessa decisão. “Essa privatização, quer entregar o patrimônio
nacional a preço de banana, pois estamos nos referindo a uma empresa que
valeria hoje, no mínimo, R$ 400 bilhões, e querem ‘vender’ esse empresa
estratégica, cujo patrimônio foi avaliado pelo governo em R$ 67 bilhões, mas,
na verdade equivale a pelo menos R$ 130,4 bilhões”, denuncia Jeová, lembrando
que nenhum país cuja matriz energética tem a hidroeletricidade como parte
significativa privatizou seu setor elétrico, a exemplo dos EUA, China, Canadá,
Suécia, Rússia e outros países.
O deputado lembra ainda que essa
venda ofende os interesses da soberania brasileira e do povo brasileiro. “Essa
privatização como as demais significará a entrega ao capital especulativo
estrangeiro da principal fonte de energia nacional que a elétrica. Esse é um
crime de lesa pátria e só há uma forma de resolver isso. É o eleitor no dia 2
de Outubro retirar do poder, definitivamente, Bolsonaro e toda a sua equipe
liderada por Paulo Guedes”, afirma Jeová, lembrando que a pressa por
privatizar, a falta de transparência e os valores envolvidos que são muito abaixo
do que a empresa vale, por si só, já seriam justificativas convincentes para
colocar em suspeição essa operação.
A diferença de avaliação entre o
preço real e o estipulado pelo governo foi, inclusive, um dos argumentos do
ministro Vital do Rêgo, do TCU, para votar contra a privatização da empresa nos
moldes definidos pelo governo, o que, infelizmente, foi aprovada pelo tribunal.
Em seu voto discordante, o ministro apontou equívocos nas estimativas de preço
de energia em longo prazo, no risco hidrológico e na taxa de desconto do fluxo
de caixa, elementos que, segundo ele, foram desconsiderados no cálculo de
precificação realizado pelo governo. O representante do Coletivo Nacional dos
Eletricitários, Ikaro Chaves, chama atenção para outra questão. A de que a privatização
também deve significar aumento na conta de luz para o consumidor.
Qual a proposta
Na proposta de privatização da
Eletrobras, o governo pretende vender novas ações para reduzir sua participação
no capital social, criando uma empresa sem controle definido. A privatização da
Eletrobras se dá por meio de uma capitalização na Bolsa de Valores. Com isso, a
participação do governo na empresa é reduzida para cerca de 45%. A principal
mudança com a privatização é que a iniciativa privada passará a deter a maior
parte do capital acionário, consequentemente, o controle da empresa que tem 105
usinas, entre elas 36 hidrelétricas, incluindo a Belo Monte, 10 termelétricas,
duas termonucleares, 20 eólicas e uma solar.
Assessoria
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