Aliados do presidente apontam prisão de Ribeiro como pior momento da campanha.
Ex-ministro da Educação foi preso
preventivamente pela Polícia Federal nesta quarta-feira (22).
Aliados do presidente Jair
Bolsonaro (PL) avaliaram à CNN que a prisão do ex-ministro da Educação Milton
Ribeiro nesta quarta-feira (22) é o pior momento da campanha à reeleição.
A percepção ganha força ao
constatarem que, há pouco mais de três meses, a coordenação da campanha
apostava que, no fim de junho, momento atual, Bolsonaro já deveria estar em
empate técnico com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As pesquisas mais recentes,
porém, apontam um distanciamento do petista.
Em razão disso, a cúpula da
campanha planejava um fato novo para tentar ganhar um fôlego e revitalizar a
estratégia política. O fato novo tinha nome: Tereza Cristina, ex-ministra da
Agricultura, que o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o ministro da
Casa Civil e presidente licenciado do PP, Ciro Nogueira, vinham tentando
emplacar para a vaga de vice.
A aposta era no trânsito político
da ex-ministra, no fato de ela ser mulher e de poder substituir o preferido de
Bolsonaro, o ex-ministro da Defesa general Braga Neto. A ala política avaliava
que a mudança criaria um fato novo positivo e afastaria a imagem militar do
governo, algo considerado relevante para tentar conquistar o eleitor de centro
e virar o jogo contra Lula.
Mas a prisão de Milton Ribeiro
deixou a cúpula da campanha paralisada nesta quarta-feira. Principalmente
porque ainda não se sabem os elementos investigatórios que a Polícia Federal
recolheu. Há um receio especial em relação ao Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE), órgão controlado por aliados de Valdemar e Ciro, o que faz
com que a chance de o Centrão ocupar a vice de Bolsonaro fique pelo menos
suspensa.
Além disso, há uma visão de que a
investigação contra Milton é completamente diferente das que atingiram outros
ministros, como Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Marcelo Álvaro Antônio
(Turismo), mesmo porque ambos acabaram deixando os cargos e o momento não era
eleitoral.
A reação de Bolsonaro à prisão de
Milton também foi criticada. A avaliação era de que seria melhor aguardar os
desdobramentos da crise antes de se posicionar e que a ideia de se descolar de
Milton Ribeiro como o presidente fez pode ser perigosa: ele pode retaliar.
Aliados de Ribeiro, inclusive, relataram à CNN que ele vinha se queixando de
ter se considerado injustiçado e abandonado pelo governo.
A ordem agora no QG da campanha é
aguardar os próximos fatos da investigação para, aí sim, tentar avaliar a
melhor estratégia de reação.
CNN Brasil
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