Impacto da pandemia reduziu salários em 2020, aponta IBGE
Consolidação dos dados do
Cadastro Central de Empresas de 2020 aponta que salário médio mensal foi de
pouco mais de R$ 3 mil, valor 3% menor que no ano anterior.
O primeiro ano da pandemia fez os
salários pagos pelas empresas brasileiras cair em 2020, de acordo com os dados
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta
quinta-feira (23). A média mensal paga foi de R$ 3.043,81, que representa uma
redução de 3% em valores reais na comparação com 2019. O estudo indica que
parte da queda pode ser explicada pelos acordos de redução de jornada
permitidos pelo governo durante o ano.
Em 2020, o governo federal
permitiu que a jornada de empregados fosse reduzida em até 70%, com corte
proporcional nos salários pagos. Criado em abril de 2020 por meio de uma Medida
Provisória, o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda criava a
possibilidade de acordos individuais e coletivos entre empresas e empregados,
com duração máxima de 120 dias - equivalente a 4 meses.
O estudo também mostra que o
número de empresas e organizações formais ativas naquele ano cresceu, com 194,8
mil unidades a mais em relação a 2019. Apesar desse crescimento, o total de
ocupados assalariados foi reduzido em mais de 825 mil pessoas na comparação com
o ano anterior.
Para Thiego Ferreira, gerente das
estatísticas do Cempre 2020, esse aumento no número de empresas em conjunto com
a queda de pessoal é explicado, principalmente, pelo crescimento de empresas
sem empregados.
Os dados mostram que essas 825,3
mil pessoas que perderam a ocupação e renda em 2020 pertencem, principalmente,
a setores que foram mais afetados pela pandemia.
A área que mais fechou vagas
durante 2020 foi a de alojamento e alimentação, com redução de 373,2 mil postos
de trabalho. De acordo com Ferreira, a queda geral não é a maior da série
histórica do estudo, mas a de alojamento e alimentação apresentou seu pior
desempenho do estudo.
“Mesmo com os reflexos da
Covid-19, a queda relativa observada em 2020 daquele pessoal assalariado não
foi a maior da série histórica. Ao contrário do que ocorreu no setor de
alojamento e alimentação e de artes, cultura, esporte e recreação, que tiveram
quedas superiores a 12%, a maior da série histórica dessas atividades”, afirmou
o gerente das estatísticas da pesquisa.
Também reflexo da Covid-19, o
setor de saúde humana e serviços sociais, apresentou um aumento de 139,3 mil
pessoas ocupadas assalariadas, com o aumento da demanda de serviços de saúde.
Fonte: Brasil 61 -
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