Saúde orienta municípios a intensificarem ações de monitoramento da tuberculose.
A Secretaria de Estado da Saúde
(SES) divulgou, nesta terça-feira (28), o Boletim Epidemiológico anual da
tuberculose (TB). O levantamento indica que em 2021 foram notificados 1.283
novos casos do agravo. Comparado ao ano anterior, houve um aumento de 139 casos
nas notificações, o que sugere uma melhora nas ações de busca ativa por parte
dos municípios. O boletim também alerta para a taxa de abandono ao tratamento,
que na Paraíba é de 9,5%, quando o estipulado pelo Ministério da Saúde é de 5%.
A tuberculose é uma doença
infecciosa de fácil transmissão, sendo a forma pulmonar a principal responsável
pelo ciclo na cadeia de transmissão. De acordo com a chefe do Núcleo de Doenças
Crônicas Negligenciadas (NDCN), Anna Stella Pachá, é importante que as equipes dos
serviços municipais lancem mão de estratégias que possam garantir a detecção de
novos casos e identificar contactantes para que o tratamento comece em tempo
oportuno.
"A tuberculose é uma doença
que tem cura e o tratamento está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas
de Saúde, mas há uma necessidade de fortalecer o monitoramento dos casos em
âmbito municipal para que possamos ter dados ainda mais fiéis sobre a conclusão
do tratamento e cura, bem como a taxa de abandono, que pode causar um prolongamento
no tratamento do paciente, além do aumento na cadeia de transmissão",
salienta Anna Stella.
O tratamento do agravo dura em
média seis meses, exceto para casos específicos descritos no protocolo
terapêutico. Para diminuir a taxa de abandono, que na Paraíba é de 9,5%, uma
das estratégias sugeridas pela vigilância em saúde estadual é de que seja feito
o Tratamento Diretamente Observado (TDO), que consiste em monitorar a
administração do medicamento pelo paciente.
"Tivemos um impacto maior no
abandono de tratamentos da tuberculose em virtude da pandemia de covid-19,
quando muitos pacientes não procuraram os postos para dar continuidade ao
processo de cura. Para esses casos, bem como para outros de abandono,
orientamos que seja feita a busca ativa e uma nova investigação diagnóstica,
para avaliar o paciente", reforça.
O abandono ao tratamento da
tuberculose pode causar uma resistência ao medicamento utilizado no combate ao
agravo, sendo necessária a reavaliação terapêutica e prolongamento do processo.
No Boletim, a SES ressalta que é preciso garantir o acesso adequado aos
serviços na saúde primária, atentar para sinais da tuberculose semelhantes aos
da covid-19, bem como manter as atividades de monitoramento e qualificação
sobre as notificações.
Assessoria
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