Delegado paga fiança para idoso deficiente, preso com espingarda artesanal, não ir para a cadeia, na PB
Delegado Valdelio Lobo, que
estava no plantão da delegacia de Itabaiana, estipulou fiança de R$ 100, mas se
comoveu com situação do homem e pagou do próprio bolso para que ele fosse
liberado.
Um delegado da Polícia Civil da
Paraíba decidiu pagar, do próprio bolso, a fiança de um idoso de 61 anos,
deficiente, que havia sido preso pela Polícia Militar com uma espingarda
artesanal e apresentado na delegacia de Itabaiana, no Agreste paraibano. A
prisão foi na quarta-feira (20), mas o delegado disse que se solidarizou com a
situação do idoso e resolveu pagar a fiança para que ele não fosse para a
cadeia aguardar a audiência de custódia.
“Essa ocorrência chegou me chegou
aqui no plantão em Itabaiana, veio da cidade de Mari. Quando o cidadão estava
portando uma pequena espingarda de fabricação caseira. Chegando lá, tive de
fazer a autuação e quando, no momento da cobrança, eu vi as condições que ele
não tinha, deixei em 400 reais. Ele disse que não tinha e eu disse: ‘100 reais,
você tem?’, porque eu não posso liberar sem o pagamento de fiança. [...] e ele
disse: ‘não tenho condições’. Aquilo me doeu. Eu não vou mandar um cidadão
daquele para o presídio por causa de 100 reais”, disse o delegado Valdelio
Lobo, em entrevista ao Bom Dia Paraíba desta quinta-feira (21).
Conforme o delegado, a prisão
havia sido por porte ilegal de arma, uma espingarda do tipo soca-soca. Valdelio
contou que o idoso é deficiente físico e mora sozinho em um quarto nos fundos
de uma pousada, na cidade de Mari, que teria sido cedida pelo próprio dono da
pousada. O idoso não disse para que usava a arma, mas o delegado acredita que
ela não funciona.
“Eu vou mandar submeter à perícia
e não sei nem se vai dar eficiência para disparo. Mas como se trata de uma arma
de fogo, só quem pode dizer as condições dela é o perito. Eu tenho que fazer a
autuação. Como é um crime afiançável, eu tenho que oferecer a fiança e, caso
ele não tenha como pagar, eu mandaria para a cadeia pública de Sapé, onde
aguardaria a audiência de custódia, mas eu me sensibilizei com as condições
dele. Aquilo me sensibilizou e eu paguei”, completou.
Por g1 PB
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