Advogada é condenada a 4 anos e meio de reclusão por envolvimento com facção criminosa no RN
Segundo a Justiça, mulher
usava atuação profissional para facilitar comunicação entre presos e membros da
facção que estavam soltos. Ela foi presa em 2019.
Uma advogada foi condenada
pela Justiça a 4 anos e seis meses de reclusão por integrar uma facção
criminosa no Rio Grande do Norte, segundo denúncia do Ministério Público.
A ré foi presa em 10 de
junho de 2019, como um dos alvos da operação Emissários. Além dela, outros
advogados foram presos na mesma ação.
Segundo as investigações do
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPRN, eles
eram responsáveis por repassar ordens dos chefes de uma facção criminosa que
estavam detidos em unidades prisionais potiguares a integrantes do grupo que
ainda estavam nas ruas.
Na denúncia, o MPRN apontou
que a advogada atuava transmitindo recados, com teor criminoso, de presidiários
custodiados no presídio estadual Rogério Coutinho Madruga para os demais
integrantes da facção em liberdade, bem como o inverso, utilizando-se da sua
atividade profissional.
Ainda segundo a acusação do
MPRN, mesmo não possuindo relação processual com os apenados do presídio
estadual Rogério Coutinho Madruga, a advogada realizava visitas diárias a
diversos presos da organização criminosa, favorecendo a manutenção das
atividades da facção.
Na sentença condenatória, a
Justiça destacou que “a integração da acusada à organização criminosa é
inconteste".
"A partir dos diálogos
captados, verifica-se claramente a associação voluntária da acusada à
organização criminosa, valendo-se da sua condição de advogada para, durante as
visitas aos internos, intermediar a comunicação entre os membros da organização
criminosa que se encontravam privados de liberdade e os demais integrantes da
organização soltos”, diz a decisão.
Segundo o MP, as mensagens
envolviam informações sobre tráfico de droga, entre outros crimes.
Novas operações prenderam
advogados suspeitos de envolvimento com facções
Vários crimes como o
cometido pela advogada condenada vieram a público no Rio Grande do Norte, em
2022. Em maio, a Secretaria de Administração Penitenciária chegou a mudar as
regras para entrada de advogados nos presídios para tentar evitar o transporte de
bilhetes. Segundo a pasta, foram 10 flagrantes em cerca de quatro meses.
Em junho deste ano, uma
advogada foi presa em flagrante por suspeita de passar "bilhetes"
para detentos no presídio estadual Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta,
na Grande Natal. Dois apenados também foram conduzidos para prestar depoimentos
na Divisão Especializada em Investigação e Combate ao Crime Organizado
(Deicor).
Uma operação deflagrada em
julho, pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, prendeu três advogados -
duas mulheres e um homem - suspeitos de envolvimento com facções criminosas.
Segundo a investigação do
MPRN, eles trocavam mensagens com detentos, estabelecendo a comunicação deles
com outros integrantes da organização criminosa que estão nas ruas.
Outro advogado suspeito foi
detido nesta segunda-feira (8), na Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta,
na Grande Natal. Ele é apontado pelo Ministério Público Estadual como
"mensageiro do crime".
Por g1 RN
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