Covid-19: Fiocruz aponta cenário favorável, mas vê fim de ano incerto.
Fundação registra redução no
número de casos de SRAG
O boletim Infogripe, divulgado
semanalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indica redução no número de
casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas tendências de longo e
curto prazo. Segundo o prognóstico, o Brasil pode alcançar um patamar inferior
ao observado no mês de abril de 2022, até então o mais baixo desde o início da
pandemia de covid-19.
A SRAG é uma complicação
associada muitas vezes ao agravamento de alguma infecção viral. O paciente pode
apresentar desconforto respiratório e queda no nível de saturação de oxigênio,
entre outros sintomas. O número de ocorrências aumentou nos últimos anos em
decorrência da disseminação da covid-19.
Apesar do cenário positivo, os
pesquisadores da Fiocruz observam que um final de ano tranquilo ainda é
incerto, já que as viradas de 2020 para 2021 e de 2021 para 2022 foram marcadas
por uma alta dos casos. Segundo o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, a
ciência ainda está aprendendo sobre a covid-19 e a doença não mostrou até o
momento um padrão claro de sazonalidade. Ele defende o monitoramento constante
para a adoção das medidas necessárias caso se observe novamente um aumento
relevante das ocorrências.
O novo boletim reúne dados da
semana epidemiológica que vai do dia 4 ao dia 10 de setembro. Ele traz
indicativos para as próximas três semanas (curto prazo) e para as próximas seis
semanas (longo prazo). O levantamento leva em conta notificações registradas no
Sivep-gripe, sistema de informação mantido pelo Ministério de Saúde e
alimentado por estados e municípios.
Apenas quatro das 27 unidades da
Federação - Amapá, Ceará, Espírito Santo e Roraima - apresentam sinal de
crescimento na tendência de longo prazo. Nas demais, observa-se cenário de
queda ou estabilidade.
Em 2020, a disseminação da covid-19
chegou a responder por 97% dos casos de SRAG com resultado laboratorial
positivo para algum vírus respiratório. Esse percentual atualmente é menor: em
2022, 79,3% das ocorrências estão associadas à doença. No entanto, no recorte
daqueles casos que evoluíram a óbito ao longo desse ano, 93,2% ainda estão
relacionados com a covid-19.
Considerando todo o ano de 2022,
foram notificados 234.823 casos de SRAG. Desse total, 114.401 apresentaram
resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório.
Crianças e adolescentes
A nova edição do Infogripe também
traz apontamentos sobre o crescimento de casos de SRAG em crianças e
adolescentes iniciado na virada de julho para agosto. Segundo os pesquisadores,
dados laboratoriais sugerem que a situação não está associada com a covid-19 e
sim com o efeito de outros vírus respiratórios comuns ao ambiente escolar,
possivelmente por conta da retomada das aulas após o período de férias.
O boletim indica que a curva de
crescimento já dá sinais de interrupção ou reversão para queda em diversos
estados do país.
Agência Brasil
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