Golpista do Tinder brasileiro que enganou 7 mulheres e tirou R$ 150 mil de vítima é preso.
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) —
A Polícia prendeu na manhã desta quinta-feira (22), Augusto acusado de enganar
e manipular e pedir dinheiro a mulheres que conhecida e se envolvia através de
aplicativos de namoro como Tinder, lovoo, badoo e POF. Augusto estava foragido
desde março, quando foi decretada sua prisão pelo crime de estelionato digital,
já que ele acionava as vítimas pela internet. O golpista brasileiro enganou ao
menos 7 mulheres. O nome completo dele não foi divulgado pela justiça porque,
segundo a promotora Erika Pucci da Costa Leal, que atua no caso, a divulgação
de dados pessoais, nesse momento, pode gerar indenização.
No momento da prisão, Augusto
estava morando em um condomínio na Lapa, zona oeste de São Paulo, com uma
médica, outra possível vítima. Segundo a equipe do delegado Ronald Quene
Justiniano Marques, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic),
Augusto ainda tentou fugir de carro, mas acabou colidindo com outros veículos e
foi preso.
Agora, Augusto será levado para
Deic de São Bernardo do Campos para a lavratura de BO e encaminhado para
custódia. A pena de reclusão pode ir de 4 a 8 anos. A promotora Erika Pucci da
Costa Leal, que atua no caso, acredita que Augusto tenha feito outras vítimas
que devem aparecer agora que o caso está sendo divulgado. Ela pede para que
mulheres que suspeitem que tenham tido algum contato com ele entrem em contato
com o Ministério Público.
ENTENDA O CASO
Augusto é acusado por sete
mulheres de aplicar golpes após conhecê-las em aplicativos de namoro. Em
diferentes aplicativos, o criminoso se apresentava como engenheiro civil,
pós-graduado, morador da avenida Paulista, em São Paulo, e cozinheiro amador à
procura de relacionamento sério.
As vítimas, em geral, são
mulheres entre 34 e 40 anos com perfis diferentes e que trabalham como
advogadas, professoras, vendedoras ou na área de tecnologia da informação.
A prisão preventiva foi decretada
pelo golpe aplicado em uma das vítimas em 2021, que reuniu provas e fez a
denúncia em uma delegacia. Ele deve responder por crime de estelionato, já que
o estelionato sentimental, embora seja um termo utilizado, não consta no código
penal. Mas é possível dizer que a forma como ele ilude as vítimas envolve
manipulação de sentimentos.
VÍTIMAS TÊM DIREITO A
RESSARCIMENTO
Ao se aproveitar do envolvimento
amoroso (por parte da mulher) ele começa a pedir dinheiro emprestado, com
desculpas como ter tido contas ou bens bloqueados de repente. Em mais de um
caso, usou como argumento a versão de que o contador teria se equivocado com o
imposto de renda, o que teria feito com que caísse na malha fina e por isso
precisaria pagar imposto, mas como "estava" com as contas bloqueadas,
ainda pedia o empréstimo em dinheiro vivo.
Quando o relacionamento avançava,
ele até fazia proposta de abrirem um negócio juntos. Mas depois que alcançava
seus objetivos, ele desaparecia. O sumiço poderia se dar em 4 dias ou em meses,
dependia de quanto ele percebia que podia tirar da vítima. Teve quem desse a
ele R$ 1.100 e até R$ 150 mil. No golpe mais rápido, ele tirou da vítima R$
8.400 em 4 dias.
"Augusto se apresenta como
um homem afetuoso, atencioso, com histórias de ausência de família próxima ou
de muita carga de trabalho a impedir inserção da vítima no seu círculo social.
No entanto, mantém encontros pessoais, inclusive frequenta a residência das
vítimas e conhece familiares dela, ganhando a confiança deles também. Desde o
começo, ele já vai atuando de forma que ela lhe entregue bens ou valores",
afirma Érika.
Segundo a promotora, as vítimas
terem direito de buscar o ressarcimento dos prejuízos e danos que sofreram no
juízo cível, além da punição na esfera criminal. "Esse tipo de criminoso
não lesa as vítimas apenas patrimonialmente. Ele subtrai delas a autoestima e o
amor-próprio e isso dificulta muito a denúncia", afirma.
Ao que tudo indica, ele atua
sozinho, mas dava conta de várias vítimas ao mesmo tempo, como apurou Erika
Pucci: "Como ele transitava por vários aplicativos e há relatos de mais de
uma vítima no sentido de que em poucos meses ele chegou a mudar mais de 10
vezes de número de telefone, é de se pressupor que os golpes eram aplicados em
mais de uma vítima ao mesmo tempo."
Por BÁRBARA DOS ANJOS LIMA/FOLHAPRESS/Via ClickPB


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