SAÚDE MENTAL: Anualmente, mais de 700 mil pessoas cometem suicídio, segundo OMS
De modo geral, transtornos
mentais são caracterizados por mudanças no padrão de comportamento que trazem
prejuízos nas atividades diárias.
suicídio é uma ocorrência
complexa, influenciada por fatores psicológicos, biológicos, sociais e
culturais. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, mais de 700 mil
pessoas morrem por ano devido ao suicídio, o que representa uma a cada 100
mortes registradas.
Ainda de acordo com a OMS, as
taxas mundiais de suicídio estão diminuindo, mas na região das Américas os
números vêm crescendo. Entre 2000 e 2019, a taxa global diminuiu 36%. No mesmo
período, nas Américas, as taxas aumentaram 17%. Entre os jovens de 15 a 29
anos, o suicídio aparece como a quarta causa de morte mais recorrente, atrás de
acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal.
O consumo de álcool e substâncias
psicoativas durante a infância e adolescência possuem relação direta com casos
de suicídio entre jovens, segundo Antônio Geraldo da Silva, psiquiatra e presidente
da Associação Brasileira de Psiquiatria. “O abuso de álcool e outras drogas
funciona atuando no ponto desencadeador do suicídio, que é a doença mental
chamada depressão, ou seja, os transtornos afetivos. Esse fator representa de
36% a 37% da população que cometeu suicídio”.
A restrição do sono também é um
fator relevante para a manutenção da saúde mental de modo geral, mas
principalmente quando relacionada a crianças, adolescentes e o desenvolvimento
infanto-juvenil.
Sinais e sintomas
De modo geral, transtornos
mentais são caracterizados por mudanças no padrão de comportamento que trazem
prejuízos nas atividades diárias. Quando o indivíduo muda suas condutas e isso
passa a prejudicá-lo, seja no trabalho, na vida social, na vida escolar ou em
qualquer outro âmbito, essas alterações devem servir de alerta. Entre as
crianças e adolescentes, os pais precisam ficar atentos aos seguintes sinais:
👉Mudanças na rotina do sono
(insônia ou alteração de horários para dormir e acordar);
👉Isolamento da família e do contato
social de forma repentina;
👉Comentários como “eu prefiro
morrer do que passar por isso”;
👉Uso de roupas de mangas longas,
mesmo quando está calor, comportamento que pode indicar marcas de automutilação
nos braços ou antebraços;
👉Diminuição do rendimento escolar.
De acordo com Antônio Geraldo,
toda ameaça de suicídio deve ser tratada com veracidade. "Se a pessoa fala
que vai tentar suicídio, que está querendo morrer, não pode haver aquela
história de ‘cão que ladra, não morde’. Cão que ladra, morde sim. Se uma pessoa
falou em suicídio, ela precisa entrar em um projeto de cuidado, de atenção e de
atendimento. Pode não ser hoje, pode não ser amanhã, mas pode acontecer”.
SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS)
disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos
serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). A Atenção Primária à Saúde é a
porta de entrada para o cuidado e desempenha papel fundamental na abordagem dos
Transtornos Mentais, principalmente os leves e moderados, não só por sua capilaridade,
como também por conhecer a população, o território e os determinantes sociais
que interferem nas mudanças comportamentais, dispondo de melhores condições
para apoiar o cuidado.
Diferentes níveis de complexidade
compõem o cuidado, sendo os CAPS - Centro de Atenção Psicossocial, em suas
diferentes modalidades, pontos de atenção estratégicos da RAPS. Serviços de
saúde de caráter aberto e comunitário, constituído por equipe multiprofissional
e que atua sobre a ótica interdisciplinar, podem ser encontrados.
Setembro Amarelo
Durante o mês de setembro, o
Ministério da Saúde divulga uma série de conteúdos sobre a importância da
conscientização e do cuidado com a saúde mental. Informação é o primeiro passo
de qualquer tratamento.
Fran Martins | Ministério da Saúde
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