TSE lança campanha pela paz nas eleições. Urna inflável gigante será exposta antes de partidas de futebol.
Preocupado com os casos de
violência física e moral decorrente de preferências ideológicas, o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) lançou nesta quinta (15) uma campanha publicitária
pela paz nas eleições.
Realizada em parceria com a
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a iniciativa contará com a divulgação
de peças publicitárias que destacam a importância da liberdade de escolhas e do
respeito às diferenças. Além disso, a réplica gigante e inflável de uma urna
eletrônica será exposta durante algumas das partidas da Série A do Campeonato
Brasileiro de futebol.
Em nota, a assessoria do TSE
informa que a urna inflável serve para demonstrar “apoio ao sistema eletrônico
de votação”. Além disso, ao iniciar a sessão de julgamentos desta quinta-feira,
o presidente da corte, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a campanha
deve transmitir a mensagem de que “assim como no esporte, adversários
[políticos] não são inimigos”.
“Lamentavelmente, estamos vendo
alguns acontecimentos de violência, seja ela física, como ocorreram entre
eleitores, seja verbal”, afirmou Moraes, comentando as ofensas verbais com que
o deputado estadual paulista Douglas Garcia (Republicanos) atacou a jornalista
Vera Magalhães no final de um debate televisivo entre candidatos ao governo de
São Paulo, na última terça-feira (13).
“Tivemos a oportunidade de ver,
recentemente, um deputado estadual agredir verbalmente uma jornalista. Uma
coisa totalmente fora dos padrões de civilidade”, disse Moraes, pedindo aos
candidatos e eleitores que mantenham a “tranquilidade e serenidade” a fim de
que o país possa escolher seus representantes políticos no próximo dia 2 de
outubro, primeiro turno das eleições majoritárias.
Democracia
O lançamento da campanha coincide
com o Dia Internacional da Democracia, data estabelecida em 2007, pela
Organização das Nações Unidas (ONU), em comemoração à Declaração Universal da
Democracia, assinada por 128 países, inclusive o Brasil.
O documento propõe um melhor
entendimento sobre os conceitos de democracia por parte das sociedades. Para
Moraes, a data também é uma oportunidade para a população brasileira lembrar
que o país vive o maior período de estabilidade democrática desde a proclamação
da República, em 1889.
Para o ministro, essa recente
estabilidade foi favorecida pela Constituição Federal promulgada em 1988 que,
entre outras coisas, reestruturou o Poder Judiciário, conferindo-lhe autonomia
administrativa e financeira e assegurando garantias aos juízes para o exercício
de suas funções.
“Repito sempre que em 1988,
nossos legisladores constituintes tiveram a sabedoria e a humildade de olhar
para trás e se perguntar o porquê de a democracia brasileira ter sofrido tantos
percalços, tantos períodos de exceção, no período republicano”, disse o
ministro. “E tiveram a humildade de colocar no texto constitucional um novo
balanceamento entre poderes; de reconhecer que, no Brasil e em toda a América
Latina, o Poder Legislativo não conseguiu, historicamente, fazer frente aos
arroubos do Poder Executivo de várias ditaduras. E fez [então] o que os pais
fundadores [dos Estados Unidos] fizeram em 1787, elevando o Poder Judiciário
brasileiro a um poder de mesma dignidade dos demais poderes”, ponderou Moraes,
atribuindo a garantia de estabilidade democrática a um “Poder Judiciário forte,
independente e autônomo”.
Por Agência Brasil
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