Lula recebe apoio do PDT, Ciro e Cidadania para o segundo turno; Bolsonaro é escolhido por Garcia, Moro e Zema.
Dois dias após a votação do
primeiro turno, forças políticas se movimentam para alinhar as posições para a
disputa final. PSDB decidiu liberar diretórios estaduais para apoiar quem
quiserem no segundo turno.
Esta terça-feira (4), dois dias
após a votação do 1º turno, tem sido de intensas movimentações das forças
políticas sobre os alinhamentos para o 2º turno da eleição presidencial.
O candidato do PT, o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu o apoio formal do PDT, de Ciro
Gomes (PDT) e do Cidadania.
O presidente Jair Bolsonaro (PL),
candidato à reeleição, foi escolhido pelo senador eleito Sergio Moro (União
Brasil) e pelo governador reeleito Romeu Zema (Novo). Também recebeu o apoio do
governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que não chegou ao segundo turno
da disputa pelo estado.
Reeleito governador do Rio de
Janeiro, Cláudio Castro, que é do mesmo partido de Bolsonaro, esteve em
Brasília para reafirmar seu apoio ao presidente da República.
O ex-presidente Lula (PT) e o
presidente Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições. Lula
recebeu 57,2 milhões de votos (48,4%), e Bolsonaro, 51,07 milhões de votos
(43,2%).
Em reunião na tarde desta terça
(4), o PSDB decidiu liberar os diretórios estaduais do partido para apoiar quem
quiserem no segundo turno. No primeiro turno, o PSDB estava na campanha de
Simone Tebet (MDB).
O anúncio do PDT veio após
reunião da Executiva do partido no final da manhã desta terça. No primeiro
turno, o PDT teve o ex-governador do Ceará Ciro Gomes como candidato à
Presidência da República. Ele ficou em quarto lugar, com 3,5 milhões de votos
(3%).
"Uma hora e meia de reunião
com toda a Executiva Nacional do partido, mais os presidentes estaduais, os
presidentes de movimentos, os deputados federais de mandato, senadores. E
tomamos uma decisão unânime, sem nenhum voto contrário, a decisão de apoiar o
mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula", afirmou o presidente
do PDT, Carlos Lupi.
"Bolsonaro, na nossa
opinião, representa o atraso do atraso do atraso desse país, um aspirante a
ditador, malversador do dinheiro público, um homem da falsa fé cristã",
disse Lupi. "Nosso trabalho para derrotar Bolsonaro tem que ser a
prioridade absoluta. Derrotar Bolsonaro é uma causa nacional, uma causa da
pátria, uma causa dos democratas", completou.
Derrotado na corrida pelo Palácio
do Planalto, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT) publicou um vídeo nas
redes sociais, nesta terça-feira, de apoio à candidatura de Lula. Ciro evitou
citar o nome do ex-presidente, afirmando que "acompanha a decisão do
partido".
A decisão foi divulgada menos de
uma hora após o PDT declarar apoio a Lula.
"Lamento que a democracia
brasileira tenha afunilado a tal ponto que reste para o brasileiro duas opções,
a meu ver, insatisfatórias", disse. "Ao contrário da campanha
violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo
Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra
projetos de poder que levaram o país a essa situação grave e ameaçadora."
Ciro diz ainda que "frente
às circunstâncias", o apoio a Lula era a "última saída".
A decisão do Cidadania de apoiar
o candidato petista foi tomada em uma reunião da Executiva do partido.
"Decidiu pelo apoio ao
candidato do PT no segundo turno. Uma decisão que foi quase por unanimidade.
Tivemos 3 votos defendendo neutralidade. Unanimidade contra Bolsonaro",
declarou Roberto Freire, presidente da legenda.
Freire já havia declarado apoio
pessoal à Lula na última segunda-feira (3).
Moro
No Twitter, Moro disse que Lula
não é uma opção e que o governo do petista foi marcado pela corrupção.
"Contra o projeto de poder
do PT, declaro, no segundo turno, o apoio para Bolsonaro", publicou Moro.
Zema e Castro
Romeu Zema, reeleito em primeiro
turno com 56,18% dos votos válidos, anunciou o apoio a Bolsonaro após uma
reunião com o presidente no Palácio da Alvorada, em Brasília. Braga Netto,
candidato a vice na chapa do PL, também participou do encontro.
"Não poderia também deixar
neste momento de estarmos aqui, colocando as nossas divergências de lado, eu
sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro. Sabemos que em muitas coisas
convergirmos e em outras, não. Mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar
para frente, e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do
que na proposta do adversário [Lula]", afirmou Zema
Ele declarou ter herdado uma
"tragédia" do governo petista de Fernando Pimentel em Minas Gerais e
que esse foi um dos motivos que o levou a Brasília para declarar apoio ao
candidato do PL.
Castro também teve uma reunião
com Bolsonaro nesta manhã, no Palácio do Planalto, em Brasília. Depois, eles
deram uma rápida entrevista coletiva para a imprensa.
"Eu, como sou do partido do
presidente, sou apoiador do presidente. Não tinha como não vir aqui e me
esforçar muito para que o Rio seja a capital da vitória do presidente
Bolsonaro", disse o governador, ao lado de Bolsonaro.
Por g1 — Brasília
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