Transparência: Corte Eleitoral entrega ao TCU 4.161 Boletins de Urna do 1º turno para auditoria.
Iniciativa busca comparar BUs
emitidos pelas urnas ao final do dia de votação com a totalização feita pelo
TSE.
O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) concluiu nesta segunda-feira (24) a entrega ao Tribunal de Contas da
União (TCU) dos 4.161 Boletins de Urna (BUs) do primeiro turno das Eleições
Gerais de 2022 que serão auditados pelo órgão. Essa é uma das etapas da
auditoria do TCU sobre o pleito que começou em maio de 2021 e vai terminar em
2023. A proposta é fazer uma comparação entre os BUs que são emitidos pelas
urnas eletrônicas ao final do dia de votação e contêm a apuração dos votos com
a totalização feita pelo TSE.
Buscando obter um grau de certeza
estatística de 99% quanto à integridade da informação dos BUs, os auditores do
TCU requereram ao TSE os boletins de, no mínimo, 4.161 urnas que receberam
votos em seções eleitorais no Brasil e também no exterior. Assim, para
assegurar a realização da ação, foi acordado o envio de 4.577 BUs, “para que,
caso houvesse alguma intercorrência em alguma urna, o juízo de avaliação não
fosse prejudicado”, conforme conta Carlos Ramon Silva Santos, coordenador de
Auditoria de Governança e Gestão de Aquisições do TSE.
O sorteio das seções eleitorais a
serem auditadas foi feito pelos técnicos do TCU depois do primeiro turno,
utilizando um algoritmo que ampliou e pulverizou ao máximo o campo da amostra
dentre os 5.570 municípios brasileiros. Foram mais de 2,3 mil localidades
sorteadas; dos 4.577 BUs disponibilizados pela Justiça Eleitoral para a
auditoria, apenas 970 vieram de seções eleitorais em capitais. “A ideia é
retratar que aquela informação pública que a urna emite e sobre a qual é
possível fazer uma auditoria é a mesma informação que o TSE retrata em seus
painéis de totalização”, explica Carlos Ramon.
A partir da definição das seções
que seriam auditadas, o TSE coordenou com os 27 Tribunais Regionais Eleitorais
(TREs) a logística para realizar, no prazo de 10 dias, a separação e o
encaminhamento dos respectivos BUs para Brasília. “Fazemos um agradecimento
especial aos TREs, porque fizeram essa coleta e vieram entregar quase todos [os
BUs] pessoalmente”, conta o coordenador.
Análise dos BUs
No TCU, os BUs físicos são
transformados em dados lógicos, por meio de uma aplicação desenvolvida pelos
auditores. Essa mesma aplicação faz o batimento desse dado lógico do BU físico
com a totalização feita pelo TSE no primeiro turno. “São muitos dados que eles
esperam coletar, bater e demonstrar que os resultados emitidos às cinco da
tarde nas seções eleitorais são os mesmos dos totalizados às oito e pouco nos
painéis da Justiça Eleitoral e da imprensa de modo geral”, explica Carlos
Ramon.
Um dos serviços prestados por
essa auditoria, segundo ele, será desmentir algumas notícias falsas que
circulam em períodos eleitorais sobre a existência de algoritmos que, de dentro
da Justiça Eleitoral, supostamente interferem e alteram os dados das urnas
eletrônicas no momento da totalização dos votos. “A ideia do TCU é mostrar que
aquela informação pública, que está lá às cinco e pouco da tarde, é a mesma
depois. A auditoria é uma ação que desconstrói essas narrativas”, conclui.
Secom/TSE
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