Dino diz que governo Lula vai antecipar atos administrativos para primeiras horas do dia 1º a fim de evitar 'instabilidade'.
Em entrevista à GloboNews,
futuro ministro da Justiça comentou prisão de bolsonarista que plantou
explosivo em caminhão nas proximidades do aeroporto de Brasília.
O futuro ministro da
Justiça, Flávio Dino, afirmou nesta segunda-feira (26) que o governo do
presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, vai antecipar atos
administrativos para as primeiras horas do dia 1º de janeiro a fim de evitar
"instabilidade".
Dino deu a declaração
durante entrevista para a GloboNews. Ele comentava a prisão de um apoiador do
presidente Jair Bolsonaro que plantou um explosivo em um caminhão de
combustível nas proximidades do aeroporto de Brasília.
George Washington de
Oliveira foi autuado pelo crime de terrorismo. Ele confessou o ato e afirmou
que sua motivação foi ideológica e voltada a iniciar o "caos".
De acordo com Dino, a tomada
de atos logo nas primeiras horas do dia 1º, quando Lula assume o mandato, busca
não deixar "vazio de poder".
"Nós vamos obviamente
antecipar certos atos, porque não pode haver vazio de poder. Então, isso não
ocorrerá, no sentido de que já nas primeiras horas do dia 1º, nós vamos tomar
as providências para que não ocorra essa situação de instabilidade. E não
ocorrerá. Isso se refere ao conjunto das instituições que estão sob comando do
Ministério da Justiça", explicou o futuro ministro.
Questionado sobre quais atos
serão, o futuro ministro não listou nenhum especificamente.
Dino também abordou o fato
de que o bolsonarista preso tinha diversas armas e munição em casa. George
Washington afirmou que fez o transporte do arsenal em um carro do Pará até
Brasília e que, se fosse parado pela polícia, justificaria que as armas eram
para uso em clube de tiro.
A flexibilização para compra
e porte de armas e a facilitação para frequentadores de clube de tiro foram estabelecidas
por decretos do presidente Jair Bolsonaro.
"Nós estamos diante
fuzis, rifles, pistolas, bombas. Então, nós temos agora uma nova modulação, em
relação sobretudo a esses clubes. E nós vamos apresentar ao longo desta semana
ao presidente Lula uma primeira versão de um decreto que garanta que haja uma
fiscalização mais efetiva", adiantou Dino.
Acampamento em frente ao
quartel-general
O bolsonarista preso relatou
à polícia que frequentou o acampamento de apoiadores do presidente em frente ao
quartel-general. Lá, segundo ele, conversou com outras pessoas sobre a
possibilidade de uma ação terrorista com explosivos.
Para Dino, as autoridades
devem agir para desmontar o acampamento.
"O próprio investigado
afirma que obteve explosivos exatamente nesse dito acampamento ao redor de um
quartel. Então nós temos obviamente uma situação ilegal, que já está
configurada, a bem da verdade, há bastante tempo. E, agora, de modo cabal. Evidentemente,
nós esperamos que ao longo desta semana, as autoridades federais constituídas
até o dia 31 tomem as providências legais", afirmou o futuro ministro.
Em nota divulgada também
nesta segunda, o Exército disse que está em permanente contato com a polícia do
Distrito Federal para monitorar o caso do bolsonarista preso.
Por g1 — Brasília
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