Supremo aprova revisão de toda vida de aposentadorias.
Em fevereiro, plenário
virtual do STF já tinha formado maioria
Por 6 votos a 5, o Supremo
Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (1°) reconhecer a chamada
revisão de toda vida de aposentadorias pagas pelo Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS).
A decisão atinge aposentados
que entraram na Justiça para pedir o recálculo do benefício com base em todas
as contribuições feitas ao longo da vida.
Segundo entidades que atuam
na área de direito previdenciário, a decisão atinge quem passou a receber o
benefício entre novembro de 1999 e 12 de novembro de 2019 e possui
contribuições anteriores a julho de 1994.
Na decisão, o STF reconheceu
que o beneficiário pode optar pelo critério de cálculo que renda o maior valor
mensal, cabendo ao aposentado avaliar se o cálculo de toda vida pode aumentar
ou não o benefício.
Segundo o entendimento, a
regra de transição que excluía as contribuições antecedentes a julho de 1994,
quando o Plano Real foi implementado, pode ser afastada caso seja desvantajosa
ao segurado.
Entenda
O processo julgado pelo STF
trata de um recurso do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra
decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que garantiu a um segurado do
Regime Geral de Previdência Social (RGPS) a possibilidade de revisão do
benefício com base nas contribuições sobre o período anterior ao ano de 1994.
Durante a tramitação do
processo, associações que defendem os aposentados pediram que as contribuições
previdenciárias realizadas antes de julho de 1994 sejam consideradas no cálculo
dos benefícios. Essas contribuições pararam de ser consideradas em decorrência
da Reforma da Previdência de 1999, cujas regras de transição excluíam da conta
os pagamentos antes do Plano Real.
Segundo as entidades,
segurados do INSS tiveram redução do benefício em função da desconsideração
dessas contribuições.
Responsável pela gestão do
órgão, o governo federal sustentou no STF que a mudança agrava a situação
fiscal do país, com impactos previstos de até R$ 46 bilhões aos cofres públicos
pelos próximos 10 a 15 anos.
Em fevereiro deste ano, o
plenário virtual do STF já tinha formado maioria de 6 votos a 5 a favor da
revisão da vida toda. Em seguida, um pedido de destaque do ministro Nunes
Marques suspendeu o julgamento virtual e a questão foi remetida ao plenário
físico para julgamento nesta quinta-feira.
Por Agência Brasil
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