PGR denuncia mais 54 investigados por atos golpistas de 8 de janeiro.
Número de pessoas denunciadas
pela procuradoria chega a 98
A Procuradoria-Geral da República
(PGR) denunciou nesta segunda-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) mais
54 investigados de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro. Eles estão
presos no sistema penitenciário do Distrito Federal.
É a terceira leva de denúncias
feitas pelo órgão. O total de denunciados chegou a 98 pessoas.
Nas denúncias, a procuradoria
acusa os investigados dos crimes de incitação das Forças Armadas contra os
poderes constitucionais e de associação criminosa.
O subprocurador Carlos Frederico
Santos, chefe da equipe que investiga os atos, explicou que o caso não pode ser
tratado juridicamente como terrorismo. Segundo Santos, a Lei 13.260/2016 (Lei
Antiterrorismo) definiu que o terrorismo deve ser praticado por razões de
xenofobia ou discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião.
“Não faz parte dos tipos penais o
cometimento de crimes, por mais graves que possam ser, por razões políticas”,
disse Santos.
Mais cedo, o ministro Alexandre
de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu abrir mais três
inquéritos solicitados pela PGR para investigar pessoas que participaram ou
financiaram os atos. Até o momento, sete inquéritos foram abertos pela Corte.
Teatro de fantoches e
massoterapia
Para fundamentar as denúncias
contra os acusados, o subprocurador afirmou que a associação entre os acusados
ocorreu no acampamento instalado em frente ao quartel do Exército em Brasília
após o resultado das eleições.
Santos anexou fotos às petições
para demonstrar que havia estrutura para garantir a permanência dos
investigados para cometer crimes contra a democracia.
“A estabilidade e a permanência
da associação formada por aqueles que acamparam em frente ao quartel são
comprovadas, de forma clara, pela perenidade do acampamento, que já funcionava
como uma espécie de vila, com local para refeições, feira, transporte,
atendimento médico, sala para teatro de fantoches, massoterapia, carregamento
de aparelhos eletrônicos, recebimento de doações, reuniões, como demonstram as
imagens”, disse.
Agência Brasil
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