FPM: prefeitos devem se planejar para não serem surpreendidos com a conclusão do Censo.
Imagem Ilustrativa - Reprodução/Internet
Coeficientes de participação
de municípios que aumentaram ou caíram com base nos dados prévios do IBGE foram
suspensos por ministro do STF, mas decisão terá efeitos momentâneos.
As prefeituras que receberam
com alívio a decisão do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal
Federal (STF), de desconsiderar a prévia populacional do Censo na definição dos
coeficientes de repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), precisam
se preparar para quando o levantamento for concluído. Essa é a recomendação do
especialista em orçamento público Cesar Lima.
"Os municípios têm que
estar preparados, porque apesar de não estarem consolidados, muito
provavelmente há um viés de que aqueles dados se consolidem da forma que foram
postos", orienta.
Com base nos dados do IBGE,
o Tribunal de Contas da União (TCU) atualizou o coeficiente de participação de
1.194 municípios, dos quais 863 tiveram redução por causa da queda
populacional. Com isso, as cidades "rebaixadas" passaram a ganhar
menos do FPM. Já as 331 registaram mais habitantes o suficiente para começarem
a receber mais. As mudanças duraram pouco, porque o ministro suspendeu a
decisão do TCU.
Mas com a previsão de
conclusão do Censo para o primeiro trimestre deste ano, os gestores locais
devem ficar atentos. "Com exceção daqueles municípios que estão muito na
linha em relação às faixas populacionais do FPM, a grande maioria vai ter que
se preparar, tanto para o aumento da sua faixa quanto para diminuição também. O
interessante é que eles se preparem e se planejem já prevendo essa nova
realidade".
Repasse
Enquanto o Censo completo
não sai, as prefeituras continuam recebendo os repasses do FPM com base nos
coeficientes adotados a partir de 2018. Nesta sexta-feira (10), os municípios
partilham quase R$ 12 bilhões referentes à primeira parcela de fevereiro.
O valor é 8,56% maior do que
no mesmo período do ano passado. Mas, se a inflação no período for levada em
conta, o acréscimo cai para 4,22%. O especialista Cesar Lima afirma que, apesar
do aumento neste repasse, a série recente do FPM indica um viés de queda.
"Muito provavelmente pela taxa Selic se mantendo muito alta, o que inibe o
consumo das famílias e, também, com esse período, há uma certa ressaca
pós-Natal e realmente o consumo fica um pouco menor".
FPM: municípios com repasses
bloqueados
Até quarta-feira (8), 10
municípios estavam bloqueados e, por isso, não devem receber o repasse do FPM
até regularizarem suas pendências, segundo a Secretaria do Tesouro Nacional.
Confira a relação abaixo.
Alegria (RS)
Caibi (SC)
Congonhas (MG)
Cristinapolis (SE)
Itabi (SE)
Joacaba (SC)
Mangaratiba (RJ)
Nova Boa Vista (RS)
Piratini (RS)
São Valério do Sul (RS)
As principais causas para
que uma prefeitura seja impedida de receber a transferência do Fundo de
Participação dos Municípios, segundo a Confederação Nacional dos Municípios,
são:
Não pagamento da
contribuição ao Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep);
Dívidas com o INSS;
Débitos com a inscrição da
dívida ativa pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN);
Falta de prestação de contas
no Sistema de Informações sobre Orçamento Público em Saúde (Siops).
Para desbloquear o repasse,
o município deve identificar o órgão que determinou o congelamento. Em seguida,
deve conhecer o motivo e regularizar a situação. Vale lembrar que a prefeitura
não perde definitivamente os recursos bloqueados. Eles apenas ficam congelados
enquanto as pendências não são regularizadas.
FPM: o que é?
O FPM é um fundo pelo qual a
União repassa, a cada dez dias (por isso o nome “decêndio”), 22,5% do que
arrecada com o IR e o IPI aos municípios. A cada mês, portanto, são três
transferências, que ocorrem nos dias 10, 20 e 30. Se a data cair no sábado,
domingo ou feriado, o repasse é antecipado para o primeiro dia útil anterior. O
dinheiro das prefeituras é creditado pelo Banco do Brasil.
Os percentuais de
participação de cada município são calculados anualmente pelo TCU de acordo com
o número de habitantes de cada cidade e a renda per capita dos estados. Os
municípios são divididos em três categorias: capitais, interior e reserva. As capitais
dos estados e Brasília recebem 10% do FPM. Os demais municípios brasileiros são
considerados de interior, e embolsam 86,4% do fundo. Já os municípios de
reserva são aqueles com população superior a 142.633 habitantes e recebem –
além da participação como município de interior – uma cota adicional de 3,6%.
Fonte: Brasil 61 -
Nenhum comentário