MEC escutará professores sobre alfabetização de crianças.
Foto: Luiz Fortes/MEC |
Pesquisa conduzida pelo Inep
visa adquirir informações para a criação de políticas educacionais para a
alfabetização de crianças.
Na manhã des quarta-feira
(22), o Ministro de Estado da Educação, Camilo Santana, anunciou a realização
de uma pesquisa nacional que permitirá compreender qual é o nível esperado de
alfabetização de uma criança ao final do 2º ano do ensino fundamental. O estudo
escutará professores alfabetizadores para compreender os conhecimentos e as
habilidades de uma criança alfabetizada, além de subsidiar, com parâmetros
técnicos claros, o planejamento e a execução de uma política nacional de
alfabetização. Outro objetivo do Ministério da Educação (MEC) é entender como
essa alfabetização ocorre em cada realidade e compatibilizar os padrões.
A apresentação da
metodologia da pesquisa ocorreu durante o encontro “Alfabetiza Brasil:
diretrizes para uma política nacional de alfabetização”, que reuniu, no MEC,
representantes do Conselho Nacional de Educação (CNE), Conselho Nacional de
Secretários de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime), entidades educacionais e professores alfabetizadores.
O ministro da Educação,
Camilo Santana, destacou a importância dos professores no processo de
alfabetização ao falar sobre a contribuição da pesquisa para obter subsídios
técnicos que permitam o desenvolvimento de uma política educacional de combate
ao analfabetismo no Brasil. “O Brasil é um dos países mais desiguais do
planeta. Nossa missão é reconstruir e implementar políticas e programas que
busquem a justiça social. Temos um compromisso com a educação básica”, afirmou.
Camilo destacou o objetivo do diálogo com os principais agentes envolvidos no
sistema de ensino. “Juntos construiremos uma política unificada, consensuada e
entregaremos a educação de qualidade que os brasileiros merecem”,
complementou.
Aplicação – a pesquisa será
realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao MEC, por meio de metodologia baseada na
consulta de especialistas, durante o período de 15 a 23 de abril 2023, em cinco
capitais, que reunirão representantes de 291 municípios com bons resultados no
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A previsão é que os
resultados da pesquisa sejam entregues em maio.
Ao todo, participarão da
pesquisa 341 professores alfabetizadores, representantes de secretarias
municipais de educação de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal. A
aplicação da pesquisa será concentrada em cinco capitais-sede, sendo uma por
região: Belém (PA); Recife (PE); Brasília (DF); São Paulo (SP) e Porto Alegre
(RS).
O presidente do Inep, Manuel
Palácios, salientou que os dados permitirão fazer comparativos em escala
nacional. “Mais do que fixar metas quantitativas e qualitativamente
entenderemos como se encontram, hoje, as habilidades de escrita e a fluência em
leitura das nossas crianças”, informou.
A formação dos professores
para garantir uma alfabetização de qualidade foi o destaque na fala do
presidente do CNE, Luiz Roberto Liza Curi. “A conclusão dessa pesquisa também
será relevante para criar diretrizes na formação do corpo docente da educação
básica. É uma construção coletiva e integrada, em que os professores acompanham
a trajetória completa do estudante”, destacou.
Metodologia — o Inep
apresentará aos professores tarefas elaboradas com referência no nível de
conhecimento esperado de estudantes do 2º ano do ensino fundamental em língua
portuguesa, considerando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os docentes
deverão responder, a partir das suas experiências e de seus conhecimentos, se
estudantes alfabetizados são capazes de realizar as tarefas apresentadas.
Serão avaliadas as seguintes
habilidades: domínio das convenções gráficas, conhecimento do alfabeto,
decodificação de palavras e textos, fluência e rapidez na leitura, produção
textual com autonomia, apropriação da língua portuguesa.
A primeira etapa ocorrerá
com os professores alfabetizadores que estão na sala de aula e trabalham
diretamente com as crianças. Nesse momento, o estudo contará com o apoio da
Universidade de Brasília (UnB) e utilizará o método Angoff, que consiste no julgamento
do nível de dificuldade dos itens que compõem a avaliação, por um grupo de
especialistas.
Na sequência, os resultados
serão analisados junto a outras evidências derivadas dos testes de língua
portuguesa do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) aplicados no 2º
ano do ensino fundamental (parâmetros psicométricos dos itens, matriz e escala
da avaliação), em painel de especialistas que indicarão a linha de corte
nacional para a alfabetização na idade certa.
Redes de ensino –
representando o Conselho Nacional de Secretários (Consed), a secretária de
Educação do Distrito Federal, Hélvia Paranaguá, enalteceu a iniciativa do MEC
em começar o levantamento “por onde o sapato aperta”. São os professores que
tocarão esse processo, porque são eles que conhecem bem a realidade. Acredito
que é preciso avançar em políticas públicas durante todo o ciclo de
aprendizagem dos nossos estudantes”, comentou.
A União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime) também contribuiu para a definição da
metodologia da pesquisa. “Ouvir os professores dos municípios pequenos, médios
e grandes, em suas diferentes proporções, auxiliará a compreender melhor os
desafios de cada localidade para buscar unificar a educação no Brasil”, afirmou
Alessio Costa Lima, vice-presidente da Undime.
Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações complementares do Inep.
Nenhum comentário