Tribunal Superior Eleitoral mantém Wendel lagartixa (PL) inelegível.
Maioria dos ministros seguiu
voto do relator, Ricardo Lewandowski. Julgamento foi concluído nesta
quinta-feira (23).
Por seis votos a um, o
Tribunal Superior Eleitoral manteve a inelegibilidade do ex-policial militar
Wendel Fagner de Almeida, mais conhecido como Wendel Lagartixa (PL).
Com isso, Wendel não poderá
ser diplomado deputado estadual e assumir vaga na Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Norte.
O julgamento foi concluído
nesta quinta-feira (23). A maioria dos ministros decidiu acompanhar o parecer
do relator do processo, Ricardo Lewandowski, que havia cassado o registro de
candidatura de Wendel em outubro do ano passado.
Votaram com o relator a
ministra Cármen Lúcia e os ministros Benedito Gonçalves, Raul Araújo, Sérgio
Banhos e Alexandre de Moraes, presidente do TSE. O único voto contrário foi do
ministro Carlos Horbach.
O julgamento havia sido
suspenso no dia 14 de março por causa de um pedido de vistas do ministro Raul
Araújo. Nesta quinta-feira (23), Araújo apresentou seu voto e disse que
seguiria o posicionamento de Lewandowski.
"Entendo que no âmbito
do direito eleitoral, onde há de prevalecer o interesse coletivo, deve mesmo
prevalecer a compreensão acerca da inelegibilidade do recorrente. Não chegaria
a esse entendimento no campo penal, onde devem prevalecer os interesses
individuais do condenado", disse o ministro.
Superando a marca de 88 mil
votos, Wendel tinha sido o candidato a deputado estadual mais votado no estado,
nas eleições de outubro. No entanto, sem registro de candidatura, os votos dele
foram considerados nulos.
Inelegibilidade
Lewandowski atendeu a um
pedido do Ministério Público Eleitoral do RN (MPE) no dia 11 de outubro e de
determinou a cassação da candidatura.
Segundo o MP, Wendel foi
condenado em 2019 por posse de arma ou munição restrito e terminou de cumprir a
pena em 4 de junho de 2021, não tendo assim cumprido o período de oito anos de
inelegibilidade previstos em lei para quem é condenado por crime hediondo.
No Rio Grande do Norte, o
Ministério Público Eleitoral já havia pedido a impugnação da candidatura de
Wendel Lagartixa em 24 de agosto de 2022, com o mesmo argumento. No entanto, no
dia 12 de setembro a Corte Eleitoral do Rio Grande do Norte aprovou a
candidatura dele.
Os magistrados estaduais
consideraram que o crime de porte de munição de uso proibido não é mais
considerado hediondo.
Porém, no recurso
apresentado ao TSE, o vice-procurador-geral eleitoral argumentou que a mudança
não deveria desfazer a condenação prévia e seus efeitos no campo eleitoral.
"É certo que, desde
2019, apenas a posse de munição de uso proibido, categoria de conduta diferente
da posse de munição de uso restrito, deixou de ser crime hediondo, ainda que
prossiga sendo crime. A alteração legislativa, porém, não desfez o fato da
condenação por crime hediondo havida. A perda da qualificadora não afeta as
consequências secundárias da condenação sofrida a esse título; não desfazendo,
portanto, a realidade da condenação por crime hediondo, relevante para o efeito
secundário da inelegibilidade", argumentou o procurador.
Candidato passou parte da
campanha preso
Wendel Lagartixa passou a
maior parte da campanha eleitoral de 2022 preso. Ele foi detido no dia 20 de
julho de 2022 suspeito de participação em um triplo homicídio na Zona Norte de
Natal e só foi solto no dia 15 de setembro, cerca de duas semanas antes do
pleito.
Na decisão que determinou a
liberação de Wendel, o juiz citou que a denúncia do MP não teria apresentado
indícios de que o crime tenha relação com grupo de extermínio, como argumentado
pelos investigadores.
Por g1 RN
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