MIDR estrutura novo modelo de financiamento para finalizar 300 km restantes da Ferrovia Transnordestina.
Projeto vai possibilizar a
ligação de Eliseu Martins, no Piauí, até o porto de Pecém, no litoral cearense,
onde fica a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
O Ministério da Integração e
do Desenvolvimento Regional (MIDR) está desenvolvendo um novo modelo de
financiamento para as obras da Ferrovia Transnordestina (TLSA), que atenderá os
estados do Piauí, Ceará e Pernambuco. Uma das propostas que está sendo estudada
é o uso de recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e da
recompra de cotas do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor).
A Ferrovia já conta com um
financiamento aprovado de pouco mais de R$ 1 bilhão, sendo R$ 234 milhões do
Finor e R$ 811 milhões do FDNE. A utilização dos recursos estava suspensa pelo
Tribunal de Contas da União desde 2017, mas foi autorizada em julho do ano
passado. O tribunal também ampliou para 2029 o prazo final para conclusão dos
300 quilômetros restantes das obras.
“Continuamos na missão de
estruturar a nova proposta, em parceria com o BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), e também articular com a Sudene
(Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) e o Banco do Nordeste para
que sejam liberadas as operações já contratadas pela concessionária junto aos
Fundos”, destaca o secretário nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do
MIDR, Eduardo Tavares.
Na última semana, Tavares
participou de um sobrevoo por um trecho das obras entre os estados do Ceará e
Pernambuco (foto abaixo). Também estiveram presentes representantes da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da Secretaria Nacional de Transporte
Ferroviário do Ministério dos Transportes (MTrans), do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) e do TCU.
“O que vimos foi uma
operação robusta, com várias frentes sendo concluídas, com mais de 800 km de
superestrutura instalada, trilhos em operação e a necessidade desse funding
para concluir esses 300 km, que vão terminar a ligação com o porto de Pecém, no
Ceará, justamente onde fica a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que aguarda
essa estrutura para o transporte de minério”, afirmou o secretário.
O projeto da Transnordestina
prevê a construção de 1.282 km de trilhos, ligando o município de Eliseu
Martins, no Piauí, até Porto de Pecém (CE), no Ceará. O objetivo com a ferrovia
é transformar a região em polo exportador de minério de ferro e conectar, por
trilhos, o sertão e o mar.
“Outro ponto importante é o
potencial de indução de desenvolvimento regional e integração que essa ferrovia
tem. Em vários pontos, ela se aproxima da Transposição do Rio São Francisco,
além da transição com a Transamazônica, um ponto estratégico para a região e
que pode viabilizar o escoamento de grãos e de outros produtos e produções que
não só o minério, como projetado inicialmente”, avalia o secretário Eduardo
Tavares. “É uma ferrovia que tem um grande potencial de geração de emprego e de
indução da agricultura familiar e desenvolvimento sustentável”, completa.
O objetivo do Governo
Federal é que, até o final da atual gestão, a maior parte possível da ferrovia
esteja em funcionamento, como solicitado pelo presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva.
De acordo com o secretário,
após toda estruturação da nova proposta aprovada, a concessionária poderá
continuar o trabalho padronizado que vem realizando na ferrovia. “A visita foi
importante também para identificar que a concessionária tem uma estrutura que
possibilita que se adquira insumos e produza de forma direta, dando agilidade e
a padronização de qualidade”, assegurou. “O próprio TCU compartilhou como o
projeto desta rodovia pode ser referência para outros projetos, que muitas
vezes acabam contratando várias empreiteiras que apresentam padrões
diferentes”, finalizou.
Fonte: Brasil 61 –
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