O plantio de pimenta é projeto de ressocialização de pessoas privadas de liberdade na Comarca de Remígio.
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Plantação de pimenta na cadeia de Remígio PB - Foto: Reprodução |
A plantação e o cultivo de vários
tipos de pimenta, totalmente livre de agrotóxicos, passou a ser um projeto de
ressocialização das pessoas privadas de liberdade, que cumprem pena no
Município de Remígio, localizado no Agreste paraibano. A iniciativa leva o nome
‘Hortas para Liberdade: produção de conservas e molho de pimenta’. Com apoio da
juíza titular da Vara Única da Comarca, Juliana Dantas de Almeida, e do diretor
da Cadeia Pública daquela cidade, André Miguel, a ideia partiu do técnico,
Lucas Brás, que representa a Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
O projeto tem autorização da Vigilância
Sanitária Municipal e tem demonstrado uma ferramenta importante para a remissão
da pena, por meio da qualificação da mão de obra dos reeducandos. A ideia deu
tão certo, que os reeducandos participaram do Salão de Artesanato de João
Pessoa, no início deste ano, quando expuseram seus produtos.
Conforme a magistrada,
atualmente, na unidade prisional de Remígio, existem mais de 400 pés de pimenta
plantados e está sendo preparado o terreno na parte externa para plantio de
mais 2.000 mudas de diversas espécies de pimenta, além da plantação de outras
hortaliças e legumes, que incrementam a alimentação da população carcerária.
“Para a produção dos molhos e conservas das pimentas, foi construída uma
agroindústria dentro da Cadeia Pública, onde oito apenados participam,
ativamente, de todo o processo, obtendo qualificação instrucional e remindo a
pena”, comentou Juliana Dantas de Almeida, que também é diretora do Fórum
local.
Para a juíza, o crescimento da
população carcerária é um problema social grave. “São milhares de homens e
mulheres que superlotam os presídios e cadeias em nosso país. É correto que as
pessoas praticantes de crimes gravíssimos sejam penalizadas pelos seus atos,
mas é importante, também, que tais pessoas enquanto estiverem privados da sua liberdade,
tenham direito à ressocialização”, comentou. Juliana Dantas lembrou que a
pimenta ‘Vila Branca’, carro-chefe do projeto, é produzida pelos reeducandos da
Cadeia Pública de Remígio, desde o plantio até o processamento das pimentas,
mas a iniciativa teve início na unidade prisional de Solânea e hoje tem
notoriedade em todo o Estado da Paraíba.
Por Fernando Patriota
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