Ministro diz que Petrobras está abrasileirando preço dos combustíveis.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o
presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, declararam que a nova estratégia
comercial de preços adotada pela petrolífera estatal representa um primeiro
passo para o “abrasileiramento” da precificação dos combustíveis produzidos no
Brasil.
“Era hora de abrasileirar o preço dos combustíveis e
sinalizar de forma clara que o governo Lula cumpra com seu papel social”, disse
o ministro logo após se reunir com Prates, em Brasília.
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (16) a sua nova
estratégia comercial para definição de preços de diesel, gasolina e gás. A
iniciativa foi aprovada pela diretoria executiva da companhia na segunda-feira
(15) e entra em vigor já nesta quarta-feira (17).
A nova estratégia promete pôr um ponto final no Preço de
Paridade de Internacional (PPI), a política de preços que, desde 2016, atrelava
os preços médios dos combustíveis que a Petrobras vende às distribuidoras às
variações dos produtos no mercado internacional, entre outros fatores, para
proteger a empresa quanto aos riscos operacionais do setor.
Segundo a petrolífera, a nova política de preços terá efeitos
práticos que serão sentidos nos próximos dias. Já a partir desta quarta-feira,
o botijão de gás de 13 quilos da Petrobras chegará às distribuidoras do país em
média 21,3% mais barato. A expectativa, segundo o presidente da companhia, Jean
Paul Prates, é que, com isso, o valor médio do botijão caia abaixo de R$ 100
para o consumidor final. Já o diesel e a gasolina chegarão às distribuidoras
com uma redução média de R$ 0,44 e R$ 0,40, respectivamente.
Crítico do PPI, o ministro Alexandre Silveira disse que a
nova política de preços da Petrobras permitirá à empresa cumprir sua função
social, induzindo a competitividade entre as companhias petroleiras, sem deixar
de ser “lucrativa e atrativa para os investidores”.
“O PPI era uma abstração, uma mentira e um crime contra o
povo brasileiro, porque impunha uma algema, uma mordaça, a uma política de
competitividade interna dos preços dos combustíveis no Brasil, fazendo com que,
muitas vezes, as oscilações [dos preços nacionais] fossem muito acima do que
seria possível para contribuir com o crescimento nacional”, criticou o
ministro.
Ele acrescentou que o governo não interferiu na decisão
administrativa da empresa, embora viesse trabalhando para que as empresas
petroleiras adotassem uma referência de preços nacionais. “Esta é uma decisão
interna da Petrobras e um gesto para o Brasil”, disse.
Já Prates disse que com o “ajuste da estratégia comercial”, a
Petrobras recupera sua liberdade de estabelecer preços conforme o contexto
doméstico. “Nos alforriamos de um único e exclusivo fator, que era a paridade
com o mercado internacional."
"Vamos usar as vantagens que a Petrobras tem a nosso
favor e a favor do país, sem nos afastarmos absolutamente da referência
internacional dos preços. Quando eu digo referência não é paridade de
importação, mas sim referência internacional. O que significa dizer que quando
o mercado lá fora estiver aquecido, com os preços do petróleo e de seus derivados
consolidadamente mais altos, isto irá se refletir no Brasil. Porque
abrasileirar os preços significa levar em conta nossas vantagens [usando a
competitividade interna da empresa] sem tirar o Brasil do contexto
internacional”, completou.
Agência Brasil
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