Nove municípios da Paraíba ainda têm lixões a céu aberto, indica MP
Ministério Público da Paraíba indica que nove municípios
paraibanos ainda utilizam lixões para despejar resíduos sólidos.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) divulgou que nove
municípios paraibanos ainda utilizam lixões para despejar resíduos sólidos em
terrenos sem nenhum tratamento ambiental. Segundo o MP, esse número equivale a
4% de todos os 223 municípios monitorados no estado (em 2018, eram 86% - 194
cidades - nessa situação) e que o monitoramento ambiental é feito de forma
periódica.
De acordo com o último relatório divulgado pelo Centro de
Apoio Operacional (CAO) do Meio Ambiente, os municípios de Monteiro, Serra
Branca, Sumé e Zabelê mantêm lixões ativos destinando a esses espaços todo o
lixo produzido e os gestores já foram denunciados por crime ambiental.
Os municípios de Araruna, Jacaraú, São Bento e Pilar estão
mandando parte do lixo para aterros e parte para lixões. Já o município de
Cuité comunicou o fim do lixão, mas está pendente de vistoria.
A atuação do MPPB consistiu em propor a assinatura de acordo
de não persecução penal (ANPP) a todos os gestores que mantinham lixões ativos,
dando o prazo de um ano para que cumprissem a lei. Em contrapartida, não
haveria a instauração de novos processos e seriam suspensos os que estavam em
trâmite. Entre os 223 gestores, 170 firmaram o compromisso em um primeiro
momento. Com o passar do tempo, outros municípios também aceitaram o ANPP e
alguns, embora não assinando o acordo, se adiantaram para fechar seus lixões.
Em 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
sancionou a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que tem o objetivo de
incentivar a reciclagem de lixo e o correto manejo de produtos usados com alto
potencial de contaminação. A lei proíbe ainda a criação de lixões onde os
resíduos são lançados a céu aberto. Todas as prefeituras terão que construir
aterros sanitários ambientalmente sustentáveis, onde só poderão ser depositados
resíduos sem qualquer possibilidade de reaproveitamento. Será vetado também
catar lixo, morar ou criar animais nesses aterros.
Já em 2022, foi publicado um decreto com o Plano Nacional de
Resíduos Sólidos que estabelece que, até 2040, metade de todo o lixo produzido
deverá ser reaproveitado de alguma forma. O plano mantém a determinação para
acabar com um dos maiores problemas na gestão dos resíduos no Brasil: os
lixões. A meta é que, até este ano, não haja mais nenhum lixão no país e a
reciclagem é o ponto prioritário do plano.
Por g1 PB
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