Brasileiros ainda não sacaram R$ 7,59 bilhões de valores a receber.
Sistema do BC já devolveu R$ 5,74 bilhões em recursos
esquecidos
Os brasileiros ainda não sacaram, até o fim de dezembro, R$
7,59 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, divulgou nesta
quarta-feira (7) o Banco Central (BC). Até agora, o Sistema de
Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 5,74 bilhões, de um total de
R$ 13,33 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras. As
estatísticas do SVR são divulgadas com 2 meses de defasagem.
Em relação ao número de beneficiários, até o fim de dezembro,
17.928.779 correntistas haviam resgatado valores, o que representa apenas 29,4%
do total de 60.984.441 correntistas incluídos na lista desde o início do
programa, em fevereiro de 2022.
Entre os que já retiraram valores, 17.016.755 são pessoas
físicas e 912.024 são pessoas jurídicas. Entre os que ainda não fizeram o
resgate, 39.952.928 são pessoas físicas e 3.102.734 são pessoas jurídicas.
A maior parte das pessoas e empresas que ainda não fizeram o
saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até R$ 10
concentram 63,49% dos beneficiários. Os valores entre R$ 10,01 e R$ 100
correspondem a 25,11% dos correntistas. As quantias entre R$ 100,01 e R$ 1 mil
representam 9,68% dos clientes. Só 1,73% tem direito a receber acima de R$ 1
mil.
Depois de ficar fora do ar por quase 1 ano, o SVR foi
reaberto em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de
agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em
dezembro, foram retirados R$ 191 milhões, queda em relação ao mês anterior,
quando tinham sido resgatados R$ 211 milhões.
Melhorias
A atual fase do SVR tem novidades importantes, como impressão
de telas e de protocolos de solicitação para compartilhamento no WhatsApp e
inclusão de todos os tipos de valores previstos na norma do SVR. Também há uma
sala de espera virtual, que permite que todos os usuários façam a consulta no
mesmo dia, sem a necessidade de um cronograma por ano de nascimento ou de
fundação da empresa.
Além dessas melhorias, há a possibilidade de consulta a
valores de pessoa falecida, com acesso para herdeiro, testamentário,
inventariante ou representante legal. Assim como nas consultas a pessoas vidas,
o sistema informa a instituição responsável pelo valor e a faixa de valor.
Também há mais transparência para quem tem conta conjunta. Se um dos titulares
pedir o resgate de um valor esquecido, o outro, ao entrar no sistema,
conseguirá ver as informações como valor, data e CPF de quem fez o pedido.
Fontes de recursos
Também foram incluídas fontes de recursos esquecidos que não
estavam nos lotes do ano passado. Foram acrescentadas contas de pagamento pré
ou pós-paga encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e
distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para
devolução.
Além dessas fontes, o SVR engloba os valores, já disponíveis
para saques no ano passado, em contas corrente ou poupança encerradas; cotas de
capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de
crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas
cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas
indevidamente.
Golpes
O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com
golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para
supostos resgates de valores esquecidos. O órgão ressalta que todos os serviços
do Valores a Receber são totalmente gratuitos, que não envia links nem entra em
contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.
O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que
aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão. O
órgão também pede que nenhum cidadão forneça senhas e esclarece que ninguém
está autorizado a fazer tal tipo de pedido.
Agência Brasil
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