Com 4,1 milhões de matrículas, Brasil avança na meta para creches.
Dados apontam ainda para universalização da pré-escola no
país
O Brasil tem boas chances de atingir metas previstas pelo
Plano Nacional de Educação (PNE), no que se refere a matrículas de crianças na
educação infantil. Esta é uma das constatações do Censo Escolar 2023, divulgado
nesta quinta-feira (22) pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
No caso das creches, a meta proposta pelo PNE é que o total
de matrículas chegue a 50% da população com idade até 3 anos, o que, de acordo
com o MEC, seria “algo em torno de 5 milhões".
Algo que, segundo o diretor de Estatísticas Educacionais do
Inep, Carlos Moreno, é bem possível de acontecer se for levada em conta a
evolução dos números entre 2021, quando havia 3,41 milhões de matrículas, e
2023, quando este número subiu para mais de 4,12 milhões.
“Depois da pandemia, a gente voltou a crescer de forma
bastante expressiva, ultrapassando [a marca de] 4,1 milhões de alunos
matriculados em creche. Vale destacar que, se a gente tem no PNE a meta de
alcançar 50% do corte até 3 anos, estamos muito próximos disso. É possível,
dependendo do comportamento da matrícula em creche em 2024, que é o último ano
do horizonte do plano”, afirmou Moreno, referindo-se às 900 mil matrículas que
faltam para atingir a meta.
A estimativa leva em conta, além do Censo Escolar, a
população dessa faixa etária apurada no último Censo Demográfico do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Censo mostra que há 76,7 mil creches registradas no Brasil;
que 66,8% das crianças estão matriculadas na rede pública e 33,2%, na rede
privada. Além disso, 50,4% das crianças da rede privada estão em instituições
conveniadas com o poder público.
Além disso, o censo indica que 99,8% das crianças de creches
públicas estão matriculadas em escolas municipais, 57,9% delas em tempo
integral.
Pré-escola
Tendo como recorte a pré-escola, o censo mostra um total de
5,3 milhões de alunos matriculados. Segundo o MEC, esse dado “aponta para a
universalização do atendimento educacional na faixa etária de 4 e 5 anos
estabelecida pela Constituição Federal”.
A constatação também tem por base a comparação entre as
informações coletadas no censo escolar e a população dessa idade apurada no
Censo Demográfico mais recente do IBGE (5,4 milhões).
O censo mostra que 78,1% dos alunos da pré-escola estão
matriculados na rede pública e que 21,9% estão matriculados na rede privada.
Além disso, 15,8% dos alunos da rede privada estão em instituições conveniadas
com o poder público; e 14,2% dos estudantes estão matriculados em tempo
integral.
O ministro da Educação, Camilo Santana, disse que esses
resultados foram obtidos graças à colaboração tanto de estados quanto de
municípios, enquanto frente de ações mais próximas do cidadão, como do
Legislativo brasileiro, por ter aprovado leis que garantirão recursos do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para a educação.
“O governo retomou todas as obras paralisadas, com a lei
aprovada no Congresso, o que inclui também no Novo PAC [que garantirá] obras
para a educação básica”, disse o ministro, ao ressaltar que o resultado será de
municípios mais estimulados, de forma a garantir o cumprimento mais rápido das
metas.
A primeira etapa do Censo Escolar 2023 apresenta dados sobre
escolas, professores, gestores e turmas, além das características dos alunos da
educação básica. Foram registrados 47,3 milhões de estudantes, considerando
todas as etapas educacionais, distribuídos em 178,5 mil escolas.
O Censo Escolar é a principal pesquisa estatística da
educação básica. O levantamento abrange as diferentes etapas e modalidades da
educação básica: ensino regular, educação especial, educação de jovens e
adultos (EJA) e educação profissional.
As estatísticas de matrículas servem de base para o repasse
de recursos do governo federal e para o planejamento e a divulgação das
avaliações realizadas pelo Inep, além de ser “ferramenta fundamental para que
os atores educacionais possam compreender a situação educacional do Brasil, das
unidades federativas e dos municípios, bem como das escolas, permitindo-lhes
acompanhar a efetividade das políticas públicas educacionais”.
Agência Brasil
Nenhum comentário