Covid-19: no pós-carnaval, casos da doença podem aumentar.
Nuas ruas muita aglomeração, poucas medidas de higiene e uso
de máscara — só as de fantasia. Os novos casos de Covid-19 se
mantiveram estáveis até a quinta semana do ano — quando foram registrados no
Brasil mais 36.154 casos da doença — segundo o Ministério da Saúde. Mas, com o
fim do Carnaval, o número de casos tende a aumentar ainda mais.
O gerente médico regional da rede D'Or no Distrito Federal,
Fabrício Silva, explica que é comum esse tipo de aumento nesta época do ano.
“Toda situação que gera aglomeração, festividades, eventos, aumenta a
transmissão de infecções relacionadas ao trato respiratório, especialmente
aquelas que são transmitidas por gotículas — como é o caso da Covid-19,
Influenza A e B. Essa já é a realidade de aumento de transmissão e taxa de
novas transmissões quando passamos por momentos como este.”
Com o grande deslocamento de pessoas que saíram de regiões
onde a dengue ainda não está tão incidente para grandes centros — que passam
por uma epidemia da doença — o médico ressalta que “isso deve aumentar também
os casos de dengue, impactando inclusive, nos serviços de saúde.”
Consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia o
médico Marcelo Daher, explica como esses casos têm se apresentado.
“Os casos são mais leves, um quadro que simula um quadro
gripal mais intenso, com muita dor de cabeça, tosse, febre, mal-estar. Na
maioria dos casos não passa disso — e não há comprometimento pulmonar nem
necessidade de internação.”
São Paulo lidera os casos e as mortes pela doença
Na capital paulista, o número de casos aumentou 140% em duas
semanas, como mostra uma análise feita por uma plataforma criada por
pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Unifesp. O levantamento mostra
que a média móvel semanal subiu de 168 casos no dia 21 de janeiro para 404, no
dia 4 de fevereiro — último dado disponível no painel da Secretaria
Municipal da Saúde.
Até o início do carnaval, quando foi divulgado o último
boletim epidemiológico pela Secretaria de Saúde de São Paulo, o estado
contabilizava 6.783.295 casos de Covid. Desde 2020, foram 182.508 mortes pela
doença no estado mais populoso do país.
Como anda a vacinação
De acordo com o painel do Ministério da Saúde, que acompanha
a vacinação em todo o país, foram aplicadas até hoje mais de 517 milhões
de doses — contabilizando 1ª, 2ª, 3ª e ainda as doses de reforço. Já a vacina
bivalente, indicada pelo Ministério para ser usada como dose de reforço para
maiores de 12 anos com comorbidades ou adultos sem comorbidade, teve mais de 33
milhões de doses aplicadas no Brasil.
Depois de pegar Covid logo no início da pandemia, e
apresentar sintomas fortes da doença, a farmacêutica Jhennifer Souza, do Rio de
Janeiro, conta que assim que a vacina foi disponibilizada, correu para se
imunizar.
“Tomei a vacina, as três doses de vacina, não cheguei a tomar
a quarta. E acho que as medidas de proteção hoje são essenciais para não
expandir mais ainda. Hoje não tenho mais medo da doença porque depois das doses
acho que os sintomas são mais fracos e a situação ficou mais tranquila.”
Os cuidados precisam continuar
A Covid-19 deixou de ser tratada como emergência de saúde
desde 2023, e graças à vacinação, quem se infecta com a doença apresenta
sintomas cada vez mais leves, parecidos com uma gripe ou sinusite.
Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do
Ministério da Saúde, explica que apesar desse cenário, nas primeiras semanas de
2024, a Covid ainda é responsável pela morte de cerca de 20 pessoas por dia no
país. “São pessoas com comorbidade, que não tomaram as vacinas ou já tomaram a
última dose há mais de um ano e meio.”
“É importante nesse momento que as pessoas que estão em grupo
de risco, que têm doença de base, como pessoas que estão fazendo tratamento
contra o câncer, hemodiálise, têm alguma doença reumatológica, que tomam altas
doses de corticoide, que procurem o serviço de saúde e atualizam a sua vacinação.”
Segundo a secretária, o mesmo vale para as crianças. Muitas
ainda não foram vacinadas e os pais devem procurar as unidades de saúde, neste
momento de início das aulas.
Fonte: Brasil 61 -
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