Governo quer mobilizar 25 milhões de estudantes para combater a dengue.
Ao todo, serão 20 semanas de atividades na comunidade escolar
Com a retomada das aulas na rede pública após o carnaval, os
ministérios da Saúde e da Educação iniciaram nesta terça-feira (21) uma
campanha de mobilização contra a dengue nas escolas.
A proposta é ampliar o combate ao mosquito Aedes aegypti e
conscientizar a população sobre o aumento dos casos de dengue no país. A ação
faz parte do Programa Saúde na Escola, reestruturado no ano passado.
Ao todo, serão 20 semanas de atividades em meio à comunidade
escolar. A expectativa é de que 25 milhões de estudantes sejam orientados sobre
o combate a arboviroses em mais de 102 mil instituições públicas de ensino.
Ao longo dos próximos meses, as escolas vão realizar
atividades lúdicas sobre o tema, com gincanas, teatros educativos, oficinas
criativas, palestras, murais da prevenção e concursos para engajar crianças,
adolescentes e jovens no combate à dengue. O programa vai divulgar ainda guias
educativos, podcasts, vídeos e lives com especialistas.
“Para que a gente possa, juntos, enfrentar algo que é grave e
que afeta a vida das pessoas que é o problema da dengue”, destacou o ministro
da Educação, Camilo Santana, durante o lançamento da ação em uma escola na
região administrativa de Ceilândia, a 35 quilômetros do centro de Brasília.
“Essas ações precisam começar nas escolas”, completou, ao
citar que “a força de mobilização dessa turma é muito forte”.
Problema histórico
“A dengue preocupa muito. É uma doença que nos afeta há mais
de 40 anos. É um problema histórico no Brasil e em toda a América Latina”,
avaliou a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
“Este ano, temos vários sorotipos da dengue circulando, o que
aumenta o número de casos, além do aumento do mosquito com as mudanças
climáticas, calor excessivo, mudança nas chuvas e tudo o que estamos vivendo.”
“As causas são conhecidas. O que precisamos fazer é mostrar
que somos capazes de enfrentar esse desafio e vencer, com essa grande
mobilização nacional”, reforçou Nísia.
Segundo a ministra, a pasta reuniu nesta segunda-feira (20)
mais de 4 mil agentes de endemias e agentes comunitários de saúde para discutir
ações emergenciais para combate à doença. “Falo que os agentes são mensageiros
da saúde, mas eles são, sobretudo, agentes. Levam a mensagem, mas estão atuando
junto conosco.”
Dados do 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por
Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA) mostram que
75% dos criadouros do mosquito estão nos domicílios, como em vasos e pratos de
plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em
geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em
depósitos de construção.
Vacinação
Durante o evento, Nísia lembrou que crianças de 10 e 11 anos
já podem ser imunizadas contra a dengue em algumas localidades do país onde a
vacinação foi iniciada. Ao todo, 521 municípios foram selecionados pela pasta
para receber as doses e distribuí-las entre crianças e adolescentes com idade
entre 10 e 14 anos ao longo de todo o ano de 2024.
“Para as crianças que estão sendo vacinadas neste momento
contra a dengue, estamos falando com os responsáveis e com toda a sociedade
para que nós atualizemos a caderneta de vacinação das nossas crianças.”
“Não é só a dengue”, disse. “Temos muitas doenças que as
vacinas evitam. Junto com o ministro Camilo, vamos estar em uma ação também de
campanha pela vacinação e as escolas fazem parte desse trabalho”, concluiu.
Agência Brasil
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