Piso da enfermagem: nova proposta apresentada no TST pode levar ao fim das negociações.
O tribunal deve avaliar a manifestação do setor privado para
decidir se leva ou não o que foi apresentado aos trabalhadores.
Após o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ter estipulado um
prazo (23 de fevereiro) para definir a situação do ajuste salarial dos
profissionais da saúde — sob pena de o procedimento ser arquivo por
desinteresse na mediação —, uma nova rodada de negociações está prevista para
acontecer. O ministro Aloysio Corrêa da Veiga, vice-presidente do TST, recebeu
a manifestação da CNSaúde e marcará um próximo encontro bilateral de
trabalho entre os representantes do setor privado e os profissionais da área da
saúde.
Ainda não se sabe o teor dessa manifestação e a data certa do
encontro. No início das tratativas, o TST não aceitou a proposta
apresentada pela entidade patronal que tinha sugerido parcelar os
reajustes por um prazo de até 3 anos. Mas o vice-presidente do Tribunal,
ministro Aloysio Corrêa da Veiga, considerou a ideia incapaz de atender
aos interesses da Enfermagem e, portanto, foi descartada, naquele momento.
Agora, existe a expectativa de encerrar definitivamente as discussões
referentes ao ajuste salarial da categoria.
O conselheiro do Conselho Nacional da Enfermagem Daniel
Menezes espera que esse seja realmente o último encontro — e que todos os
questionamentos levantados pelas entidades que representam a categoria sejam
definidos. “Nós enquanto Conselho Federal de Enfermagem, nós entendemos e
esperamos que a CN Saúde, que propôs a mediação, compareça e aprecie a proposta
elaborada pelos trabalhadores, que é o que nós estamos defendendo”, relata.
Quando o assunto começou a se estender no ano passado, o TST
foi chamado pela Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde) para mediar a
situação. Já foram feitos vários encontros, mas nenhum conseguiu chegar num
acordo que atendesse a categoria. Na última reunião, os trabalhadores
apresentaram uma proposta para ser analisada pela CNSaúde. Segundo informações
do TST, a representante do setor privado se manifestou. O tribunal segue
analisando o que foi sugerido criando, assim, uma expectativa a respeito do
assunto — se irá ou não ser encerrado definitivamente.
De acordo com o presidente da CNSaúde, Breno Monteiro, o
problema já poderia ter sido resolvido se, desde o processo legislativo,
existisse um cuidado para se identificar as possibilidades e a viabilidade para
efetuar o pagamento.
“O impacto era de mais de 16 bilhões de reais para o
pagamento do piso e obviamente isso num custo muito alto, de acréscimo em folha
de pagamento para o serviço de saúde — e a gente não conseguiu ainda”,
pontua.
Se não existir consenso nessa reunião, o entendimento é que
deve prevalecer a legislação vigente, conforme estabelecido pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), como explica a advogada trabalhista Camila Andrea
Braga.
“Não havendo negociação, o processo de mediação é finalizado
pelo desinteresse de uma das partes em fazer uma composição, em negociar aquilo
que já está legalmente garantido. E não se tem muito como buscar outras formas
de negociação, porque a negociação pode ser feita livremente.”, explica.
Fonte: Brasil 61 -
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