FPM: com queda de 21% em relação a 2023, municípios recebem nesta quarta-feira (20) a segunda parcela de março.
R$ 880 milhões serão pagos aos 5.570 municípios brasileiros.
Em caso de bloqueio, a cidade só recebe repasses quando obrigações fiscais
estiverem em dia.
Nesta quarta-feira (20) a União paga a segunda parcela de
março do Fundo de Participação dos Municípios, o FPM. Contrariando a tendência
de alta dos últimos repasses, este decêndio veio menor que o esperado por
gestores, somando R$ 880 milhões. O valor é 21% menor do que o pago no
mesmo período do ano passado — e 51% menor do que o repasse de fevereiro.
👉2º decêndio de março de 2024: R$ 880.447.841,93
👉2º decêndio de março de 2023: R$ 1.105.953.227,84
👉2º decêndio de fevereiro de 2024: 1.790.570.058,70
Para quem sobrevive à base do recurso
Cidades de pequeno e médio portes, que não possuem
indústrias, não recebem royalties de petróleo ou mineração, costumam ter uma
dependência muito grande do FPM, como explica Júlio Pinheiro, vice-presidente
da União dos Municípios da Bahia (UPB) e prefeito de Amargosa. “Na Bahia,
cerca de 90% dos municípios vivem essa dependência do FPM para pagar as contas.
Ter o FPM reduzido é menos serviços públicos, demissão, é risco de entraves de
salários.”
Apesar do resultado ruim deste último decêndio, o cenário vem
sendo positivo neste começo de ano. “Esse cenário de 2024 nos deixa otimistas
para que a gente possa manter os serviços públicos e no final do mandato tentar
fechar as contas no final do ano sem problema com nossos índices,” prevê o
prefeito.
Para cidades baianas como Seabra (44 mil hab.), Santa Maria
da Vitória (39 mil hab.) e Xique-Xique (46 mil hab.), todas com menos de 50 mil
habitantes — portanto consideradas de porte pequeno II — ,o FPM é fundamental
para a manutenção dos serviços básicos.
Queda pode ser pontual
Os repasses dos segundos decêndios do FPM costumam ter
valores bem menores que os primeiros e últimos repasses. O assessor de
orçamento César Lima explica.
“Os prazos de recolhimento concentram muito do final [do mês]
até o dia 10, então neste segundo decêndio há uma redução e depois, no próximo
ano, quando há uma nova entrada dos recolhimentos, melhora. Sendo que o
primeiro decêndio é sempre maior.”
Sobre os valores reduzidos neste próximo repasse, César
acredita que “será uma redução pontual diante da tendência de alta dos
recolhimentos e repasses que estamos percebendo durante o ano. Mas precisamos
acompanhar os próximos para ver como serão.”
Fonte: Brasil 61 -
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