FPM tem repasse menor para as cidades, mas queda pode ser ‘pontual’ — explica especialista.
O segundo repasse de março do Fundo de Participação dos
municípios é de R$ 880 milhões — 21% que o do mesmo período de 2023, mas no
acumulado do ano repasses vêm somando sucessivos aumentos.
O segundo repasse do Fundo de Participação dos Municípios
(FPM) veio abaixo do esperado por gestores municipais e na contramão da
sequência de alta que ocorria desde o início do ano. Serão R$ 880 milhões
distribuídos para 5.567 municípios.
De janeiro até o segundo decêndio de março, o valor acumulado
do FPM já ultrapassou R$ 38 bilhões. Neste mesmo período do ano passado a
soma chegava a R$ 34 bilhões — o que representa um crescimento nominal de
10,5%
Mas o segundo decêndio de março veio 21% menor que o valor
pago no ano passado, que foi de R$ 1,1 bilhão. Uma queda que pode ser apenas
‘pontual’, segundo o assessor de orçamento Cesar Lima.
“Nós tivemos recordes sucessivos de arrecadação. E agora
uma queda nesse período entre carnaval e páscoa — quando as pessoas dão uma
descida no consumo. Mas vamos esperar o próximo decêndio para a gente conseguir
ver se isso é um ponto fora da curva ou se é algo que vai ser mantido.”
Cenário positivo
O repasse reduzido não desanimou quem depende dos recursos do
FPM para pagar despesas básicas do município. O prefeito de Amargosa, na Bahia,
Júlio Pinheiro, atribui aos incentivos do governo e aceleração da economia a
melhoria notada este ano.
“O governo federal tem feito esforços para a retomada da
economia, como a redução da taxa de juros, uma série de políticas de incentivos
à indústria, de reabertura de créditos para empresas. Isso junto com a política
de transferência de renda tem feito a economia voltar a respirar — e a única
forma de aumentar a arrecadação é com a economia crescendo.”
Segundo o gestor, que também é vice-presidente da União dos
Municípios da Bahia (UPB), cerca de 90% das cidades baianas dependem do FPM
para custear despesas como folha de pagamento ou fornecedores. Somente com as
contas em dia é possível pensar em investimento na infraestrutura das cidades,
o que também é custeado com recursos do FPM.
Fonte: Brasil 61 –
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