Com o pagamento do 13º do INSS, beneficiários devem ficar atentos aos golpes.
O pagamento já está sendo feito e vai até o próximo dia 8,
com as datas definidas conforme o dígito final do Número de Inscrição Social
(NIS).
Os golpes contra aposentados do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) estão cada vez mais frequentes. Um dos mais aplicados hoje em dia
é a utilização da prova de vida como isca. “Os golpistas ligam, mandam e-mail,
mensagem por SMS ou até por WhatsApp, colocando links para a pessoa clicar,
dizendo que é para fazer a biometria facial e começam a pedir os dados
pessoais”. Quem detalha como funciona todo esse esquema é o advogado
especialista em direito tributário André Luiz Moro Bittencourt.
A prova de vida é um procedimento anual para comprovar que a
pessoa que recebe algum benefício de longa duração do INSS está viva — e que
pode continuar recebendo o benefício a que tem direito. De acordo com o
advogado, é nesse momento em que acontece o maior número de ocorrências desse
tipo de ação.
“A pessoa acaba enviando uma série de informações que
permitem aos golpistas ter acesso aos dados bancários”, complementa
Bittencourt.
Pagamento "13º do INSS"
Já está sendo feito o pagamento do abono anual aos
beneficiários da Previdência Social, também conhecido como "13º do
INSS". Ele é pago para quem recebe mais de 1 salário mínimo. Para quem
recebe menos, o pagamento já começou no dia 24 de abril.
Os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS),
com final 1 ou 6, serão os primeiros a receber o pagamento. Lembrando que ele
será feito até o dia 8, com as datas definidas conforme o dígito final do
Número de Inscrição Social (NIS).
Para tirar dúvidas, conferir o extrato com os valores e as
datas de pagamento do décimo terceiro basta acessar o aplicativo Meu INSS. A
consulta também pode ser feita pelo site gov.br/meuinss.
A advogada especialista em direito previdenciário Marly
Marçal alerta que é justamente nesse período que os crimes se
intensificam.
“A maioria dos golpes que acontece contra os beneficiários do
INSS, eles normalmente ocorrem no momento do pagamento dos benefícios
previdenciários. Então, como algumas entidades, instituições bancárias, têm
acesso aos dados das pessoas que estão cadastradas para receberem benefícios,
eles utilizam esses dados, às vezes de uma forma ilícita, uma forma criminosa”,
revela.
Como fazer para se proteger?
Para evitar que isso aconteça, o advogado André Luiz Moro
Bittencourt diz que as pessoas precisam ficar atentas.
“Guarde suas informações em um local seguro, que só você tem
acesso. Se você for passar as suas informações, passe para as pessoas que
efetivamente você tem confiança. Muitas vezes, os idosos não saem muito de casa
ou já não conseguem mais sair de casa para ir ao banco, fazer o levantamento do
benefício, então, sempre vão depender de repente de terceiros. Então que seja
um filho, um neto, para ter posse das informações em confiança”, alerta.
A doutora Marly Marçal alerta para um outro cenário.
“No momento em que sacar o primeiro pagamento, na medida em
que for concedido aquele benefício, automaticamente pegue o benefício, entre no
aplicativo do meu INSS e bloqueie aquele benefício para que não seja feito
empréstimos consignados”, informa.
Mas ela diz que as pessoas não precisam ficar preocupadas com
o empréstimo consignado. “Elas não vão poder mais realizar empréstimo
consignado? Claro que vai. Só que, por medida de segurança, só vai poder fazer
isso pessoalmente na instituição bancária que escolher. Só não vai poder fazer
mais através do telefone, que é por onde acontece a maioria dos golpes”,
destaca.
Caiu em um golpe? Denuncie!
“A primeira coisa, procurar fazer um boletim de ocorrência,
narrar tudo o que aconteceu ali, pegar todos os dados que puder no extrato de
pagamento, no histórico de crédito, procurar aquela instituição bancária e
falar que quer cancelar qualquer pagamento ou consignado que não foi feito e
dizer que quer a restituição de alguma parcela que, porventura, já tenha sido
cobrada no benefício”, explica a advogada Marly Marçal.
Segundo o advogado especialista em direito previdenciário,
André Luis Moro Bittencourt, se acontecer golpe ou suspensão do benefício, é
importante se dirigir até o INSS, levar o boletim de ocorrência e, sabendo o
que aconteceu, peça ao INSS que faça o desbloqueio do benefício.
De acordo com os especialistas, caso não seja possível
resolver a situação, a última opção é procurar um advogado de confiança
para solicitar o cancelamento daquele contrato e restituição do valor recebido.
“Qualquer desconto indevido, foge do orçamento dessa pessoa e
ela pode sim ter sofrido um dano moral, um dano material que pode ser
ressarcido na via judicial”, ressalta, Marly Marçal.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) informou que
está atuando no combate aos golpistas, que usam da boa-fé dos segurados da
Previdência Social. O site do INSS orienta o segurado a concentrar todas as
operações de atualização no espaço Meu INSS na plataforma Gov.br e jamais
compartilhar login e senha.
Fonte: Brasil 61 -
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