Pandemia da Covid-19 prejudicou a cobertura vacinal da poliomielite, avalia infectologista.
Ministério da Saúde reforça a importância de manter a
cobertura vacinal para evitar reintrodução da pólio no país
No ano em que a pandemia de Covid-19 estourou no Brasil e no
mundo, as taxas de cobertura dos principais imunizantes do Calendário Nacional
de Vacinação caíram, em especial da poliomielite. Segundo o Ministério da
Saúde, em 2020, a cobertura vacinal em crianças menores de um ano no país ficou
em 76%.
A infectologista Raquel Stucchi, consultora da Sociedade
Brasileira de Infectologia, afirma que o isolamento social foi responsável pela
baixa adesão à vacinação naquele período.
“A pandemia foi responsável — no início dela, nós estamos
falando lá em 2020 — por uma diminuição da adesão vacinal, porque a gente tinha
a orientação de não sair de casa. Muitas unidades de saúde ficaram com seus
atendimentos exclusivos para a Covid-19. [Mas] isso já há quatro anos atrás.
Nós já tivemos tempo de recuperar a vacinação; as unidades básicas já estão
trabalhando normal; todo mundo já pode sair, trabalhar e ir para a rua, retomar
sua rotina. Então é momento de retomar a rotina também mantendo as atualizações
vacinais.”
Com a retomada da rotina, após o fim do isolamento social, a
cobertura vacinal contra a poliomielite voltou a subir no Brasil, mas ainda não
atingiu os 95% preconizados pela Organização Mundial da Saúde para erradicação
da doença. Em 2021, a taxa estava em 71%. Em 2022, subiu para 77,2% e, em 2023,
chegou a 84,6%.
Apesar de o Brasil ter erradicado o poliovírus selvagem do
território nacional desde 1989 — como resultado da intensificação da vacinação
—, o vírus continua circulando em outros países. Por isso, o diretor do
Departamento do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Eder
Gatti, alerta os profissionais de saúde, pais ou responsáveis sobre a
importância de imunizar os pequenos.
"A poliomielite é uma doença que, por muitas décadas,
causou paralisia e morte em crianças. Só que essa doença não faz mais parte do
nosso cenário epidemiológico graças à vacinação e o Brasil, desde 1989, não
registra nenhum caso. Embora tenhamos eliminado a doença, ela ainda existe no
mundo e pode ser reintroduzida no nosso país. Por isso, é muito importante que
os pais levem seus filhos menores de cinco anos para checar a caderneta e fazer
a vacinação."
Todas as crianças menores de 5 anos de idade devem ser
imunizadas contra a pólio de acordo com o Calendário Nacional de Vacinação e na
campanha anual. O esquema vacinal contra a poliomielite possui três doses
injetáveis — aos 2, 4 e 6 meses de idade — e mais duas doses de reforço com a
vacina oral bivalente, a gotinha.
Vale lembrar que a vacina protege as crianças por toda a vida
e é segura.
Procure uma unidade básica de saúde e cuide bem dos nossos
futuros campeões. Vamos nos unir ao Movimento Nacional pela Vacinação.
Para mais informações, acesse: www.gov.br/vacinacao.
Fonte: Brasil 61 –
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