Eleições 2024: eleitor pode denunciar desinformação por canal do TSE.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou um canal de
denúncias sobre casos de desinformação durante a campanha eleitoral. Cidadãos
podem ligar gratuitamente para o 1491, disponibilizado pela Justiça Eleitoral.
A Polícia Federal ou o Ministério Público Eleitoral (MPE) tomarão as
providências cabíveis.
O período eleitoral requer atenção sobre as informações
recebidas pelos eleitores acerca dos candidatos e temas em debate, para que os
cidadãos não caiam em fake news que possam abalar o pleito. Para colaborar com
esse processo, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lançou um canal de denúncias
onde é possível informar sobre casos de desinformação durante a campanha
eleitoral.
O eleitor pode denunciar qualquer tipo de desinformação que
tenha presenciado pelo número 1491, disponibilizado pela Justiça Eleitoral. A
ligação é gratuita.
O especialista em direito eleitoral e sócio da Peccinin e
Alessi Advocacia, Luiz Eduardo Peccinin, explica quais as consequências e
punições para quem divulga falsas informações durante as eleições, tanto para
quem compartilha, como para aqueles que veiculam desinformação no processo
eleitoral.
“Principalmente para candidatos e partidos, que poderão
sofrer penas de caráter eleitoral como multa, remoção das postagens
consideradas mentirosas, ter que veicular direito de resposta e até mesmo nos
casos mais graves, cassação de mandato e inelegibilidade”, destaca Peccinin.
Ele também salienta outro ponto que requer atenção dos
eleitores durante o pleito, relacionado à desinformação contra candidatas
mulheres, onde pode haver violência política e de gênero.
“Também nós, temos que lembrar que existe um crime hoje, que
é o crime de veiculação de desinformação contra candidatos e partidos
políticos, e há também um agravante nesse crime se, no caso, for veiculada
contra mulheres, então isso seria uma qualificadora até na questão de violência
política de gênero”, destaca Peccinin.
Entenda como o canal funciona
Recebida a denúncia, o Centro Integrado de Enfrentamento à
Desinformação e Defesa da Democracia, um órgão do TSE, verifica a procedência
da informação e encaminha o caso para a Polícia Federal (PF) ou para o
Ministério Público Eleitoral (MPE). Dessa forma, serão tomadas as devidas
providências. Segundo o TSE, a PF terá um painel para acompanhar o andamento
das denúncias dos cidadãos.
Peccinin destaca, ainda, o papel da nova ferramenta criada
pelo TSE para colaborar com o combate à desinformação durante o pleito
eleitoral.
“Isso é muito importante porque também coloca o próprio
eleitor como um agente de combate à desinformação. Então, permitindo com que o
eleitor faça uma denúncia e essa denúncia chegue aos canais devidos e chegue
até o juiz eleitoral responsável pela eleição naquele município, é muito
importante para que a gente tenha mais velocidade no combate à desinformação”,
pontua o especialista.
Na avaliação de Peccinin, a iniciativa do TSE é relevante
tendo em vista que coloca o eleitor como agente no combate à desinformação
eleitoral, mas pontua que só isso não é suficiente para enfrentar o cenário de
fake news durante o pleito. Para ele, orientar a população para identificar
conteúdo falso também é necessário.
“Isso também nunca é suficiente, muito mais importante e
salutar que também o TSE, em conjunto com as suas outras campanhas, promova uma
educação cívica, promova medidas de informação às pessoas para saberem
identificar uma fake news, promova a campanha em conjunto com o site de
checagem, com a própria imprensa”, sugere Peccinin.
Acordos com plataformas digitais
No início de agosto, o TSE firmou acordos com plataformas
digitais para orientar os trabalhos em prol do enfrentamento à desinformação
eleitoral nas Eleições 2024. Os convênios são válidos até dia 31 de dezembro
deste ano. O objetivo é garantir a legitimidade e a integridade das Eleições
Municipais de 2024
Os entes se comprometeram a adotar medidas ágeis para frear
as notícias falsas. Além disso, as empresas concordaram em cooperar com o
Tribunal no Centro Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Defesa da
Democracia (CIEDDE) – órgão inaugurado em março para centralizar o trabalho de
combate à propagação de mentiras pela internet ao longo do período eleitoral.
Confira as empresas que assinaram os acordos:
Facebook Brasil (responsável pelo Facebook, Instagram,
Threads e WhatsApp), X (antigo Twitter), TikTok, Google, Telegram,
LinkedIn e Kwai.
Havendo acordo mútuo, os acordos podem ser prorrogados para
além de 2024. Além disso, não implicam compromissos financeiros ou
transferências de recursos entre os envolvidos.
Fonte: Brasil 61 -
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