Febraban diz que pacote fiscal está "na direção certa". Entidade dos bancos acena para ajuste "mais forte" no futuro.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou nota
nesta quinta-feira (28) em que destaca que as iniciativas do pacote fiscal,
anunciadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estão “na direção certa”,
apesar de destacar a “criticidade do quadro fiscal” e acenar para um ajuste
“mais forte” no futuro.
Entre as medidas citadas pela federação estão limitação no
reajuste do salário mínimo, mudanças do abono salarial e do BPC (Benefício de
Prestação Continuada) e as novas regras de concessão e acompanhamento do Bolsa
Família.
“Importantes medidas na busca da contenção de gastos”,
afirmou a federação.
No que diz respeito ao reajuste do salário mínimo, a Febraban
destacou que “na medida em que o reajuste passará a ter limites e a seguir as
regras do próprio arcabouço fiscal (crescimento de 70% da receita do ano
anterior, no intervalo de 0,6% a 2,5%), a mudança terá impacto positivo nos
gastos previdenciários e evitará que se retire mais espaço das despesas
discricionárias".
Um outro ponto destacado foi a restrição ao crescimento das
emendas parlamentares, “que passam a seguir os limites do arcabouço fiscal, ao
alinhar mais uma frente do Poder Legislativo, que já tem contribuído com o
esforço de ajuste fiscal”. Além de considerar “meritórias” as restrições aos
supersalários de todos os três Poderes da República.
No entanto, a nota da Febraban também traz o que chamou de
“pontos de atenção”, como a não inclusão de uma revisão dos pisos dos gastos
com saúde e educação, com "crescimento acima dos limites do arcabouço”.
Além disso, o documento reconheceu que o anúncio da isenção
do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil vai melhorar a distribuição de
renda, mas ressalta a necessidade de que “essas medidas de isenção do IR, de um
lado, e de sobretaxa nas faixas mais altas de renda, de outro, não comprometam
o esforço para se alcançar a contenção de gastos no montante necessário para o
equilíbrio fiscal”.
Por fim, a nota, assinada pelo presidente da Febraban, Isaac
Sidney, conclui: “Com toda a dificuldade de se conciliar as diversas demandas
que desafiam o equilíbrio fiscal, o pacote anunciado foi mais um importante
passo do governo para conter o crescimento da dívida pública, mas o país
precisará continuar perseverando e ambicionando a interrupção da trajetória de
expansão dos gastos”.
Agência Brasil
Nenhum comentário