InfoGripe: SRAG por Covid-19 tem maior impacto em crianças e idosos.
O último Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
revela que a incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associada
ao coronavírus tem apresentado maior impacto em crianças pequenas e idosos. A
taxa de mortalidade tem sido mais elevada em indivíduos com 65 anos ou
mais.
Além disso, apesar da manutenção da queda dos casos de
Covid-19 na maioria dos estados do Centro-Sul do país, há indícios de retomada
do crescimento de notificações no Rio de Janeiro.
Já em relação ao rinovírus, a pesquisadora da Fiocruz Tatiana
Portella aponta que esse vírus continua sendo a principal causa de
hospitalizações em crianças e adolescentes de até 14 anos.
“Temos observado que essas novas hospitalizações por
rinovírus estão em queda, ou até estáveis, em muitos estados do país, com
exceção apenas dos estados do Maranhão e do Rio de Janeiro, onde ainda
observamos o aumento das hospitalizações por rinovírus.”
Tendência nos estados e capitais
Na tendência de longo prazo, quatro unidades federativas
apresentam crescimento de SRAG: Espírito Santo, Maranhão, Piauí e Rio de
Janeiro. Já Mato Grosso, Pará, Paraíba e Pernambuco registram sinais de
estabilidade de novos casos, especialmente entre os idosos.
Entre as capitais, seis apresentam crescimento das doenças
respiratórias: Brasília (DF), Macapá (AP), Manaus (AM), Natal (RN), Rio Branco
(AC) e São Luís (MA).
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, 12,6% dos casos
positivos de SRAG estavam associados à influenza A; 10,6% à influenza B; 4,8%
ao vírus sincicial respiratório (VSR), 34,4% ao rinovírus, e 24,3% à
Covid-19.
A pesquisadora da Fiocruz Tatiana Portella reforça que,
apesar da melhoria no cenário epidemiológico, é importante manter as medidas de
prevenção.
“Mantemos as recomendações de uso de máscaras em locais
fechados e em postos de saúde. Recomendamos que, em caso de aparecimento de
sintomas, a pessoa saia de casa usando uma boa máscara, principalmente se ela
não puder ficar em casa se recuperando da infecção e em isolamento. E, claro, é
importante manter a vacinação em dia, principalmente para as pessoas dos grupos
de risco como idosos, crianças pequenas e pessoas com comorbidade.”
Doenças respiratórias
A análise do Boletim InfoGripe, referente à Semana
Epidemiológica 43, tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da
Vigilância Epidemiológica da Gripe, entre 20 e 26 de outubro, e apresenta
informações sobre os vírus respiratórios, como VSR, rinovírus, influenza e
Covid-19.
VSR: Vírus Sincicial Respiratório
Este vírus atinge, principalmente, crianças pequenas — de até
dois anos — ou idosos acima de 65 anos. Geralmente é o responsável pelos casos
de bronquiolite em crianças pequenas.
Segundo a pesquisadora da Fiocruz Tatiana Portella, “os
sintomas são parecidos com os da gripe: dor de garganta, calafrios, coriza,
tosse. Mas é preciso prestar atenção nos sintomas das crianças pequenas.
Verificar se elas estão com dificuldade de respirar, com os lábios arroxeados —
isso pode ser um indicativo que ela está evoluindo para uma forma mais grave da
doença. Nesses casos, é preciso procurar atendimento médico rápido”.
Influenza A ou H1N1
Trata-se do vírus da gripe. Com alta circulação pelo país,
sobretudo este ano, a Influenza A também é conhecida como H1N1 — anteriormente
chamada de gripe suína.
“Geralmente ele pode dar uma febre mais repentina, mas tem os
sintomas muito parecidos com outros vírus respiratórios, como tosse coriza,
calafrios. Ele atinge todas as faixas etárias, mas assim como os outros vírus,
evolui de forma mais grave nos idosos, crianças pequenas e pessoas com
comorbidades”, explica Portella.
Rinovírus
Assim como o VSR, atinge crianças pequenas e pode evoluir
para casos de bronquite. Mas é uma doença autolimitada “que vai se curar
sozinha entre 7 e 14 dias”, explica a pesquisadora.
“Mas ele pode evoluir para as formas mais graves em crianças
pequenas que tenham histórico de asma, doença crônica no pulmão,
imunossuprimidos.” Tatiana ainda explica que o rinovírus pode ter um
comportamento sazonal — como Influenza e VSR — e neste momento a Fiocruz
observa uma incidência alta desse vírus em crianças pequenas e
adolescentes.
Covid-19
O velho conhecido — responsável pela pandemia entre 2020 e
2021 — ainda causa muitos casos de SRAGs. Isso porque ao longo do tempo ele vem
sofrendo mutações e evoluiu rapidamente. As novas variantes mostram que ainda
trata-se do vírus da covid, mas com um poder de infecção maior.
Por isso a vacinação anual é importante para prevenir os
casos mais graves da doença, alerta Tatiana Portella.
“A vacina da Covid-19 é atualizada para as novas variantes e,
apesar de termos esse vírus circulando há alguns anos, é importante que as
pessoas atualizem a vacina. Porque a vacina que as pessoas tomaram no ano
passado não confere a mesma proteção do que a vacina que está disponível este
ano.”
Confira outros detalhes no link.
Fonte: Brasil 61
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