Ministro do Supremo mantém suspensão de emendas parlamentares.
Decisão foi tomada após Flávio Dino receber relatório da CGU
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino
decidiu nesta terça-feira (12) manter a suspensão do pagamento de emendas
parlamentares para Organizações não governamentais (ONGs).
A decisão foi tomada após o ministro receber um relatório no
qual a Controladoria-Geral da União (CGU) aponta diversas irregularidades nos
repasses de recursos de emendas ao Orçamento da União no período entre 2020 e
2024.
Conforme o levantamento, que foi solicitado pelo próprio
ministro, há direcionamento de emendas para uma organização específica,
ausência de chamamento público ou concurso de projetos, ausência de capacidade
operacional para execução das atividades, ausência de transparência na
aplicação dos recursos recebidos, além de outras irregularidades.
Diante do relatório, Flávio Dino deu prazo de dez dias úteis
para a Câmara, o Senado e as demais partes no processo se manifestarem sobre os
dados. Em seguida, o mesmo prazo será dado à Procuradoria-Geral da República
(PGR).
"Friso que, até a devolução dos autos a esta relatoria
para nova deliberação, todos os repasses para ONGs auditadas pela CGU,
referidas no 4º Relatório Técnico, permanecem suspensos", decidiu o
ministro.
Entenda
Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas
de RP 8 e RP 9 são inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional
aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por
emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.
O PSOL, partido que entrou com a ação contra as emendas,
apontou que a decisão continua em descumprimento.
Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora
original, Flávio Dino assumiu a condução do caso.
Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas
e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro
também mandou a Controladoria-Geral da União (CGU) auditar os repasses
realizados pelos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.
Agência Brasil
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