Dengue: Brasil registra 6,6 mi de casos; aumento de 400% em relação a 2023.
O número de casos de dengue no Brasil em 2024 é 400% maior em
relação ao ano passado, considerando dados do Painel de Monitoramento das
Arboviroses do Ministério da Saúde (MS) da semana 1 a 47. Os dados até o último
dia 7 de dezembro apontam que apenas este ano foram registrados 6.606.418 casos
prováveis de dengue no país e 5.915 pessoas morreram pela doença. Há 1.088
óbitos em investigação.
De acordo com o Painel do MS sobre a dengue (com dados do
Painel até 7 de dezembro e atualizados em 11 de dezembro), o Distrito Federal
aparece em primeiro lugar em relação ao coeficiente de incidência da doença,
com 9.899, totalizando 278.862 casos prováveis de dengue.
Já o estado de Minas Gerais possui o segundo maior
coeficiente de incidência de dengue, sendo 8.237,1, mas o número de casos
prováveis já passa de 1,6 mi, com um total de 1.691.797. O estado mineiro fica
atrás apenas de São Paulo em relação aos casos prováveis, cujo total já chega a
2.158.639.
Com relação às regiões que apresentam os casos de dengue
grave e com sinais de alarme se destacam Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O estado
de São Paulo lidera, com 26.755 casos. Já Minas Gerais aparece na segunda
posição, com quase 60% dos casos registrados em SP, totalizando 15.876. Paraná
aparece em terceiro lugar, com 13.734, e o Distrito Federal em seguida, com
10.725 casos graves da doença. Já Roraima aparece com apenas 7 casos graves da
doença no estado.
O Painel do MS mostra, ainda, que os casos prováveis de
dengue no país se concentram na faixa etária de 20 a 29 anos – em que foram
registrados 649.599 casos em 2024.
Em relação às demais arboviroses, em 2024, foram notificados
264.970 casos prováveis e 210 óbitos confirmados por chikungunya; 6.417 casos
prováveis e nenhuma morte por Zika; 9.563 casos confirmados e dois óbitos
por oropouche.
Ações do governo federal
No início de 2024 foi realizada uma pesquisa inédita
divulgada pela Genial/Quaest, que mostrou que 4 em cada 10 brasileiros achavam
que o governo federal não estava fazendo o possível para combater a dengue. O
levantamento foi realizado entre 25 e 27 de fevereiro, baseado em 2 mil
entrevistas.
O estudo apontou que 40% não estavam satisfeitos com o
desempenho do governo no controle da epidemia. Já 55% avaliavam que
administração estava fazendo o possível para combater a crise sanitária. O
restante não soube responder ou não respondeu.
Na avaliação do infectologista Julival Ribeiro, em 2024
faltaram campanhas de conscientização pelo governo para prevenir um aumento
expressivo do número de casos. Para o especialista, as campanhas de
conscientização têm papel importante para mostrar as medidas de prevenção para
a sociedade e conter o avanço da doença.
“É muito importante quando a gente tem uma doença tipo
dengue, que sejam feitas campanhas de comunicação para prevenção e
conscientização sobre a dengue, quer no que tange, por exemplo, ao
monitoramento para ver como está a expansão dos mosquitos, mostrando quais são
as medidas preventivas para a sociedade, e campanhas também em relação à
vacinação. Então, na minha visão, houve essas falhas dentro do governo
federal”, afirma Julival.
“Acho que faltaram, sobretudo, um esforço coletivo para que
não chegássemos a tantos casos de dengue aqui no Brasil. Acho que serve de
lição para todos nós”, completa o infectologista.
Julival enfatiza que a melhor forma de prevenção da dengue é
evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti com ações do tipo: eliminar
água parada, que pode se tornar em criadouro, por exemplo, em vasos de plantas
e pneus. “É muito importante se ter por parte de toda a sociedade que cada um
de nós somos responsáveis para adotar essas medidas para prevenir a dengue”,
pontua.
Ministério da Saúde
Em setembro de 2024 o Ministério da Saúde (MS) lançou um
plano de ação para redução dos impactos das arboviroses. De acordo com a pasta,
o documento é baseado em evidências científicas atualizadas e novas tecnologias
representando um pacto nacional para enfrentar tais doenças.
Segundo a pasta, desde 2023 o MS está “em constante
acompanhamento do cenário epidemiológico das arboviroses, preparando estados e
municípios para atuar nos diferentes cenários que se apresentaram, emitindo
alertas sobre a possibilidade de alta no número de casos e liberando recursos
para ações de prevenção e controle”.
O Ministério da Saúde destinou R$ 1,5 bilhão para o controle
da dengue no ciclo 2024/2025, o que representa um aumento de 50% em relação ao
período anterior.
Fonte: Brasil 61 -
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