Dino dá 30 dias para governo ter regras para emendas em universidades.
Decisão considera
necessidade prestação de contas e transparência
O ministro Flávio Dino, do
Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, neste domingo (12), que os governos
federal e estaduais apresentem, em um prazo de 30 dias, a publicação de normas
para uso de recursos de emendas parlamentares federais em instituições de
ensino superior.
A decisão do ministro leva
em conta a necessidade de “prestação de contas adequadas quanto às emendas
parlamentares federais, com transparência e rastreabilidade” tanto nas
universidades “como nas suas respectivas Fundações de Apoio”.
Dino fez a determinação ao
ministério da Educação (MEC), à Controladoria-Geral da União (CGU) e à
Advocacia-Geral da União (AGU) e, “por simetria”, aos Estados, que deverão
“proceder da mesma maneira”.
Dino pediu urgência na
divulgação e determinou que a decisão tenha ciência dos presidentes da
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior
(Andifes) e do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (CRUB).
"Maior volume"
No despacho, o ministro
contextualizou que a CGU apresentou os resultados de auditoria realizada sobre
as 33 entidades sem fins lucrativos que receberam o maior volume de empenhos e
o maior valor de pagamentos oriundos de emendas parlamentares no período de 2
de fevereiro a 21 de dezembro no ano passado.
“Entre as entidades
selecionadas na amostra, há um número significativo de Fundações de Apoio a
Universidades (...) há relatos nos autos de que tais Fundações, por intermédio
de contratações de ONGs sem critérios objetivos, têm servido como instrumentos
para repasses de valores provenientes de emendas parlamentares”, argumentou o
ministro.
Relator
Flávio Dino é relator da
ação (movida pelo Psol) contra a falta de transparência da destinação de
recursos públicos do Orçamento federal, liberados pelo Congresso Nacional.
No último dia 3, Dino mandou
suspender nesta-sexta-feira (3) os pagamentos de emendas parlamentares a
Organizações Não Governamentais (ONGs) não transparentes.
Em dezembro, o ministro
suspendeu o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas por entender que os recursos
não cumpriram os critérios de transparência e rastreabilidade.
Ele ainda determinou a instauração
de um inquérito policial para apurar o caso. No último dia do ano (31), liberou
R$ 370 milhões em emendas de comissão do Congresso para a saúde.
Agência Brasil
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