Nova fiscalização de Pix reduz chance de malha fina, diz Receita.
Segundo secretário,
trabalhador autônomo não será tributado
O reforço na fiscalização do
Pix reduzirá a chance de o trabalhador cair na malha fina, disse nesta
segunda-feira (13) o secretário especial da Receita Federal, Robinson
Barreirinhas. Em entrevista à Voz do Brasil, ele voltou a desmentir a onda de
fake news sobre uma taxação das transferências eletrônicas e reiterou que o
trabalhador autônomo não é o foco do monitoramento.
Segundo o secretário, a
modernização na fiscalização das transações financeiras permitirá ao Fisco
fornecer dados mais precisos na declaração pré-preenchida, que reduzirão a
chance de erros e de divergências. “Todo mundo gosta da declaração
pré-preenchida. Você chega lá e não tem trabalho nenhum. Porque os dados, por
exemplo, de saldo, de conta bancária e de aplicação financeira já estão pré-preenchidos.
E por que já estão pré-preenchidos? Exatamente. Porque as instituições
financeiras prestam as informações para a Receita Federal”, afirmou.
Com a inclusão das fintechs
(startups do setor financeiro), dos bancos digitais e das empresas de carteiras
virtuais na prestação de informações, destacou o secretário, a declaração
pré-preenchida será mais confiável. “Agora com as fintechs, com as instituições
de pagamento também emprestando, a Receita Federal vai ter um dado mais sólido,
mais correto. E isso diminui a chance de o trabalhador, o empresário, cair na
malha fina da Receita Federal”, acrescentou Barreirinhas.
Para profissionais que
recebem pagamentos por meio do Pix, reiterou o secretário, nada mudará. Até
porque essas pessoas são fiscalizadas há mais de 20 anos. “Nada muda, porque a
Receita Federal já recebia as informações de qualquer tipo de movimentação,
inclusive de Pix, das instituições financeiras tradicionais. Se a pessoa nunca
teve problema nos últimos 20 anos, não tem razão para ela ter a partir de
agora, então nada muda para ela. É importante que o pequeno empresário, que a
pessoa física, não caia nessas mentiras, nas fake news”, reforçou.
Foco
O secretário explicou que a
nova fiscalização aumentou o limite de monitoramento de movimentações de R$ 2
mil mensais para pessoas físicas e R$ 6 mil para pessoas jurídicas para R$ 5
mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas. A mudança,
esclareceu Barreirinhas, pretende aumentar o foco da fiscalização em suspeitas
de lavagem de dinheiro ou de movimentações do crime organizado, sem afetar o
trabalhador ou pequeno empresário.
“O foco da Receita Federal
não é, repito, o trabalhador, a pequena empresa, o pequeno empresário. Não é. O
foco da Receita Federal é em outro tipo de gente. É quem se utiliza dessas
novas ferramentas tecnológicas para movimentar dinheiro ilícito, muitas vezes
dinheiro de crime, de lavagem de dinheiro. Esse é o enfoque da Receita Federal.
Não é, repito, o trabalhador, o empresário, o ouvinte de A Voz do Brasil”,
declarou.
Fiscalização de décadas
Barreirinhas explicou que há
mais de 20 anos, desde 2003, a Receita monitora movimentações financeiras. A
nova instrução normativa, ressaltou, representou apenas o acréscimo dos novos
tipos de empresas que operam meios de pagamento, mas não são formalmente
classificadas como instituições financeiras, a enviar as informações ao Fisco
duas vezes por ano. Mais uma vez, o secretário afirmou que a Constituição não
permite a tributação sobre movimentações financeiras.
“Não é verdade que foi
criado nenhum controle sobre o Pix. Isso já existia há muito tempo aqui no
Brasil. O que a Receita Federal fez a partir de 2025 é deixar claro, tem as
informações que sempre foram prestadas pelas instituições financeiras, pelos
bancos tradicionais, têm de ser prestadas pelas chamadas fintechs. Essas
empresas sem agência física, onde, muitas vezes, que você abre a conta pela
internet, as fintechs ou instituições de pagamento”, explicou.
Agência Brasil
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