Ministério da Educação lança programas de reforço e de cursinhos populares.
Partiu IF e CPOP terão investimento de R$ 537,5 mi do Governo
Federal. Objetivo é incentivar estudantes da rede pública que querem entrar na
educação profissional técnica de nível médio ou no ensino superior.
O Ministério da Educação (MEC) lançou, nesta segunda-feira,
10 de março, o Programa Nacional de Promoção de Igualdade de Oportunidades para
Acesso de Estudantes da Rede Pública de Ensino à Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica (Partiu IF) e a Rede Nacional de
Cursinhos Populares (CPOP).
As iniciativas beneficiarão jovens de grupos historicamente
excluídos e em situação de vulnerabilidade social a ingressarem na educação
profissional e no ensino superior. As políticas foram apresentadas pelo
ministro da Educação, Camilo Santana, em solenidade realizada em Natal, no Rio
Grande do Norte.
O Partiu IF visa preparar 78 mil estudantes do 9º ano do
ensino fundamental para o ingresso na Rede Federal até 2027. Já o CPOP visa
garantir suporte técnico e financeiro para a preparação de estudantes da rede
pública que buscam ingressar no ensino superior, especialmente por meio do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
“São duas ações importantes, que falam de equidade, de
inclusão, que vão revolucionar o nosso País. Essas duas iniciativas representam
um grande investimento do Governo Federal para a juventude e a educação
brasileira”, avaliou o ministro Camilo Santana, que esteve acompanhado por
representantes da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e
Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, da comunidade acadêmica e dos
movimentos sociais regionais.
A secretária da Secadi, Zara Figueiredo, lembrou que um dos
primeiros atos do presidente Lula e do ministro Camilo ao assumirem esta gestão
foi reconstruir a Secadi. “Com isso, o ministro fez da Secadi algo muito maior,
uma secretaria forte, com poder de decisão, com assento em todos os conselhos
deliberativos do MEC e principalmente com orçamento, porque ninguém faz
política de educação e de redução de desigualdade sem orçamento. E foi por
conta disso que a Secadi voltou e foi capaz de entregar um pacto para a redução
do analfabetismo, uma política inclusiva, de educação para as pessoas com
deficiência, e agora o Partiu IF e a CPOP”, pontuou.
"O lançamento desses programas representa um momento
histórico. É uma conquista gigantesca viabilizar que essas pessoas
historicamente marginalizadas possam finalmente acessar esses espaços. Para mim
é um motivo de alegria, porque eu cheguei [ao ensino superior] a partir de um
curso popular também, que me viabilizou estar na universidade, acessar um
mestrado e hoje ser uma pessoa que também contribuiu para que outras pessoas
cheguem a isso”, destacou o professor Lucas Souza de Araújo.
CPOP – Com um investimento inicial de R$ 24,8 milhões para o
ciclo 2025-2026, a rede apoiará 108 cursinhos já no primeiro ano, beneficiando
4.320 estudantes do Brasil. Até 2027, o valor global chega a R$ 74,5 milhões,
com 324 cursinhos populares apoiados. Poderão participar do programa jovens e
adultos oriundos da rede pública, com uma renda per capita de até um salário
mínimo.
Os beneficiados, preferencialmente estudantes egressos da
escola pública e de baixa renda, negros, indígenas, quilombolas e pessoas com
deficiência, receberão um auxílio financeiro de R$ 200 mensais para apoio à
permanência nos estudos. Eles ainda terão acesso a recursos didáticos com
metodologias preparatórias para o Enem e outros vestibulares. Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pretos e pardos com
diploma universitário equivalem a menos de 50% de pessoas brancas com a mesma formação.
De acordo com o ministro Camilo Santana, o presidente Lula
assinará um decreto para apoio financeiro de R$ 230 mil a cada turma de 40
alunos dos cursinhos populares, bem como para auxílio financeiro mensal ao
estudante que fizer o cursinho popular. “O edital deverá ser lançado assim que
o presidente assinar o decreto, que vai valer para todo o país. Também estamos
lançando o Prêmio CPOP, em que o MEC vai premiar os cursinhos populares com
melhor desempenho no Brasil este ano, que mais aprovarem alunos e que mais
diminuírem a evasão escolar”, detalhou.
PARTIU IF – O objetivo do Partiu IF é que estudantes da rede
pública, especialmente aqueles em situação de vulnerabilidade, acessem o ensino
de excelência oferecido pela Rede Federal. Assim, o programa vai oferecer aulas
e atividades de reforço educacional a estudantes selecionados que desejam
ingressar nos cursos técnicos integrados ao ensino médio oferecidos por
institutos federais, centros federais de educação tecnológica (Cefets) e
Colégio Pedro II, instituições que integram a Rede Federal.
Planejado para ser oferecido em dois ciclos, o primeiro segue
até o fim de 2025 com um investimento de R$ 115 milhões e a preparação de 26
mil estudantes do 9º ano do ensino fundamental. Ao final do segundo ciclo, que
vai até 2027, o Partiu IF deverá beneficiar o total de 78 mil estudantes, com
um investimento de R$ 463 milhões. O programa será integralmente financiado
pelo MEC, por meio da Secadi.
Além do reforço escolar, será oferecido apoio psicopedagógico
aos estudantes da rede pública, com um objetivo final de reduzir desigualdades
educacionais. Isso porque o programa será voltado para jovens de grupos
prioritários (negros, quilombolas, indígenas e pessoas com deficiência). Os
estudantes ainda precisam ter renda familiar per capita de até um salário
mínimo.
O ministro Camilo Santana reforçou a importância do Partiu IF
na preparação de alunos do 9º ano para a seleção dos institutos federais. “O
público-alvo são negros, quilombolas, indígenas, pessoas com deficiência e
jovens de famílias com renda per capita de até um salário mínimo. As aulas
começam no dia 15 de março e já temos 650 turmas montadas. Vamos repassar o
dinheiro para cada instituto fazer as turmas e também daremos uma bolsa no
mesmo valor do Pé-de-Meia para os alunos que forem fazer o cursinho do Partiu
IF”, completou o ministro.
De acordo com o Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb), há desigualdades raciais e sociais na proficiência em matemática e
língua portuguesa, além de desafios na aprendizagem de ciências da natureza –
um cenário que dificulta o ingresso no ensino técnico. Assim, para enfrentar
esses desafios e ampliar a representatividade de estudantes negros, indígenas e
quilombolas nos institutos federais, o Partiu IF se apresenta como uma oferta
justa de suporte acadêmico e social.
Para isso, o programa conta com a adesão de instituições da
Rede Federal, que passarão a oferecer cursos para os estudantes selecionados. O
Partiu IF terá duas frentes de formação: no ciclo básico, estarão língua
portuguesa, matemática e ciências da natureza. Já na formação suplementar,
oficinas de redação, acompanhamento psicopedagógico e orientação acadêmica. A
carga horária total será de 320 horas, e cada campus da Rede Federal que aderiu
ao projeto terá uma turma inicial de 40 estudantes. A ajuda de custo para
permanência será de R$ 200 por mês, durante 8 meses.
Com a formação, o MEC pretende, por meio da Secadi, ampliar
as oportunidades educacionais de acesso e permanência na educação profissional
técnica de nível médio.
Agência Gov | Via MEC
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