Governo publica veto de Lula ao aumento no número de deputados.
Congresso havia aprovado
aumentar de 513 para 531 as cadeiras na Câmara. Presidente entendeu que gasto
extra não se justifica.
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva vetou integralmente, nesta quarta-feira (16), o projeto de lei
que aumentava de 513 para 531 o número de deputados federais. A decisão foi
publicada o Diário Oficial da União desta quinta-feira (17).
A proposta havia sido
aprovada pelo Congresso como forma de cumprir uma decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF), que determinou a redistribuição das cadeiras da Câmara com base
nos dados do Censo Demográfico de 2022. A Constituição determina que a
representação por estado seja proporcional à população — com o mínimo de 8 e o
máximo de 70 deputados.
Para não reduzir o número de
representantes de nenhum estado, o Congresso optou por ampliar o total de
vagas. O texto, porém, gerou forte repercussão negativa e foi alvo de críticas
por parte da opinião pública. Segundo pesquisa Quaest divulgada nesta quarta
(16), 85% dos brasileiros são contra o aumento no número de deputados.
Na justificativa do veto, o
governo argumentou que a proposta "não observou os princípios da
eficiência e da responsabilidade fiscal" e que a ampliação geraria aumento
de despesas com impacto no orçamento público.
Com o veto, a
responsabilidade pela redistribuição das cadeiras na Câmara passa à Justiça
Eleitoral, como previsto pela decisão do STF. O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) deverá fazer a nova divisão respeitando os limites constitucionais, sem
alterar o número total de parlamentares.
A eventual derrubada do veto
é considerada improvável por líderes partidários. Apesar de o texto ter obtido
270 votos na Câmara e 41 no Senado, o placar apertado e a repercussão negativa
reduziram o apetite político por uma nova votação. Além disso, o próprio
presidente do Senado, Davi Alcolumbre, teve que abrir mão da presidência da
sessão para votar e garantir o quórum mínimo no Senado — o que não poderá se
repetir em uma eventual votação de veto.
Por g1 — Brasília
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