Governo começa a transferir empréstimos antigos para app do consignado. Trabalhador poderá escolher outro banco por meio do celular.
Os trabalhadores com
operações antigas de crédito consignado podem começar a fazer a portabilidade
sem sair de casa, por meio do celular. Nesta quinta-feira (21), o Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) transferirá cerca de 4 milhões de contratos antigos
para a plataforma Crédito do Trabalhador, que fornece crédito com juros mais
baixos a trabalhadores com carteira assinada.
A migração para o aplicativo
Carteira de Trabalho Digital, que hospeda o Crédito do Trabalhador, vai até
novembro. Os contratos antigos pertencem a funcionários que trabalham ou
trabalhavam em empresas que tinham parcerias com bancos para oferecer
empréstimos com desconto das parcelas no salário. Esse modelo será extinto em
novembro.
No modelo antigo, as
empresas privadas tinham de fazer convênios com determinado banco para
possibilitar o desconto na folha de pagamento. O trabalhador CLT tinha a opção
de pegar o crédito consignado apenas na instituição com a qual o empregador
assinou o convênio e compartilhou os dados funcionais.
Com o Programa Crédito do
Trabalhador, mais de 70 bancos e instituições financeiras poderão ter acesso ao
perfil de trabalhadores com carteira assinada por meio do eSocial, sistema
eletrônico obrigatório que unifica informações trabalhistas, previdenciárias e
fiscais de empregadores e empregados de todo o país. Segundo a Federação
Brasileira de Bancos (Febraban), o volume de crédito consignado privado poderá
ultrapassar os R$ 120 bilhões neste ano.
Desde junho, o trabalhador
pode fazer a portabilidade de operações antigas do crédito consignado privado,
escolhendo a instituição financeira que oferecer as melhores condições (como
juros baixos e parcelas reduzidas). O processo, no entanto, só podia ser feito
por meio do aplicativo do banco ou nas agências bancárias.
A migração das operações
antigas para a plataforma Crédito do Trabalhador, disponível no aplicativo
Carteira de Trabalho Digital ou na página de mesmo nome na internet, será feita
pela Dataprev, estatal contratada pelo Ministério do Trabalho e Emprego para
elaborar a plataforma.
Ampliação
Essa é a quarta etapa de
ampliação da portabilidade da nova linha de consignado para trabalhadores CLT.
Em abril, o trabalhador podia trocar dívidas caras por mais baratas dentro do
mesmo banco. Em maio, começou a valer a migração do consignado para CLT entre
bancos diferentes.
Desde junho, o trabalhador
que contratou a nova modalidade de consignado privado pode trocar de
instituição financeira, escolhendo a que oferecer juros mais baixos. Nessa
etapa, qualquer dívida de qualquer banco pode ser migrada, inclusive as linhas
do Crédito do Trabalhador contratadas desde março. No entanto, o procedimento
podia ser feito apenas nos aplicativos e nos sites das mais de 70 instituições
financeiras habilitadas no programa.
Também chamada de Consignado
para CLT, a nova modalidade emprestou, até o fim da semana passada, R$ 27,8
bilhões a 3.919.679 trabalhadores. Foram assinados 5.643.384 contratos, com
juros médios de 3,58% ao mês. Cerca de 60% das operações atendem a
trabalhadores que ganham até quatro salários mínimos.
Como funciona
No aplicativo Carteira de
Trabalho Digital, o trabalhador autoriza o compartilhamento de seus dados (como
CPF, tempo de empresa e margem disponível).
👉Em até 24 horas,
instituições financeiras enviam ofertas de crédito;
👉O trabalhador escolhe a
melhor proposta, com juros menores;
👉As parcelas são descontadas
diretamente na folha de pagamento;
👉Até 35% da renda mensal
podem ser comprometidos com o empréstimo.
Como pedir a portabilidade
👉Verificar se o banco de
destino oferece o novo consignado para CLT;
👉Pedir a portabilidade nos
canais digitais da instituição (site ou aplicativo);
👉A partir de 21 de agosto, a
portabilidade também pode ser pedida no aplicativo Carteira de Trabalho, com
migração gradual até novembro;
👉A nova instituição quita a
dívida anterior e assume o crédito automaticamente, com os juros e os prazos da
nova linha.
Agência Brasil
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