Oposição elege presidente e relator da CPMI do INSS
Dois parlamentares da oposição foram eleitos presidente e
relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que vai apurar descontos
irregulares feitos por entidades associativas em benefícios de aposentados e
pensionistas do INSS: o senador Carlos Viana (Podemos-MG) presidirá os
trabalhos, e deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL) será o responsável pelo
relatório final.
Carlos Viana derrotou, por 17 votos a 14, o candidato Omar
Aziz (PSD-AM), indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O resultado
surpreendeu, uma vez que Aziz figurava como favorito para presidir a comissão.
Após o resultado, Viana disse que atuará com
“responsabilidade e independência” na CPMI e, na sequência, indicou, para a
relatoria, o deputado bolsonarista Alfredo Gaspar (União-AL).
Com isso, a oposição conseguiu emplacar os dois principais
cargos da comissão.
Gaspar foi o relator do pedido de suspensão do processo
contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), por tentativa de golpe de Estado.
Os cinco ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF),
entretanto, votaram por restringir a decisão aos crimes cometidos após a
diplomação, o que manteve os processos por golpe de Estado, organização
criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Descontos ilegais
O esquema que será investigado no Congresso Nacional realizou
descontos ilegais nos contracheques de 3,2 milhões de aposentados e
pensionistas, entre março de 2020 e março de 2025.
Segundo a Polícia Federal, que revelou a fraude, as entidades
foram criadas como empresas de fachada para cometer fraudes por meio de
“laranjas”. O número de pessoas presas até o momento chega a oito.
O dinheiro está sendo devolvido pelo INSS por meio de um
acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal. Podem fazer a adesão ao acordo
aqueles que contestaram e não receberam, em até 15 dias úteis, resposta da
entidade ou associação responsável pelos descontos indevidos. Se enquadram
todos que tiveram descontos entre março de 2020 e março de 2025.
Para aderir ao acordo, o beneficiário deve formalizar a
contestação dos descontos junto à Previdência Social até o dia 14 de novembro,
pelo aplicativo Meu INSS, na central 135 ou em agências dos Correios. Até
agora, mais de 1,8 milhão de beneficiários, o que representa 75% dos que estão
aptos, já aderiram ao acordo. A
expectativa é que 99% deles recebam os valores descontados indevidamente até a
próxima segunda-feira, dia 18.
Agência Brasil
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