Justiça decide pela inconstitucionalidade de bolsa que remunera desempenho de professores e policiais na Paraíba.
Conhecida como “Bolsa Desempenho”, lei que define bonificação
está em vigor desde 2011. Ação para derrubada da lei foi movida pelo Ministério
Público desde 2015.
A Justiça da Paraíba decidiu pela inconstitucionalidade de
uma lei estadual que criou a chamada “Bolsa Desempenho Profissional” e também
um decreto que regulamentava esse benefício para professores e policiais. A lei
prevê um adicional em dinheiro para essas duas classes.
Em sessão que aconteceu nesta terça-feira (16), o Tribunal de
Justiça da Paraíba (TJPB) decidiu que mesmo com o benefício não se incorporando
ao salário dos professores e policiais e, nem tem reflexos previdenciários, na
prática se enquadra como algo remuneratório. O Estado defende que o benefício
se trata de uma indenização.
O relator do caso, desembargador Carlos Martins Beltrão
Filho, destacou em seu voto que o pagamento era feito de forma habitual, com
valores fixos por categoria, sem vinculação a despesas específicas do servidor.
Ele argumentou que o pagamento tem caráter de contraprestação pelo trabalho
ordinário, e não de ressarcimento.
"A Bolsa de Desempenho Profissional, ao ser concedida a
servidores de provimento efetivo, com valores pré-definidos para cada categoria
e classe, e sem qualquer vinculação a um gasto específico ou condição
temporária e excepcional de trabalho, possui a característica de retribuir o
trabalho ordinário", disse o desembargador no voto.
Também pela decisão da Justiça, os pagamentos feitos até
agora por meio do benefício ficam resguardados, mas a vantagem não poderá mais
ser paga a partir da publicação da decisão.
A Rede Paraíba entrou em contato com a Procuradoria-Geral do
Estado para obter uma resposta acerca da decisão judicial e até a última
atualização desta matéria, não obteve retorno.
Desde 2015, o Ministério Público da Paraíba (MPPB), por
recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB), move uma ação
questionando a constitucionalidade da lei que foi implementada no governo de
Ricardo Coutinho.
Por g1 PB


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