Lula abre conferência e sanciona ampliação da licença-maternidade.
Afastamento se estenderá por
120 dias após a alta da mãe ou do bebê
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva sancionou, nesta segunda-feira (29), a lei que amplia a
licença-maternidade e o salário-maternidade quando mãe ou bebê ficarem
internados por mais de duas semanas por complicações após o parto. Assim, o
afastamento se estenderá por 120 dias após a alta, descontando-se o tempo de
repouso anterior ao parto, caso haja.
O texto altera a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e também a Lei de Benefícios da
Previdência Social para que o salário-maternidade seja pago durante o período
de internação e por mais 120 dias após a alta, também descontando-se o tempo de
recebimento do benefício anterior ao parto, se for o caso.
Hoje, a prorrogação de ambos
os benefícios já é amparada por jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
(STF).
Lula participou da abertura
da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, que será realizada
até quarta-feira (1º/10), em Brasília, com o tema “Mais Democracia, Mais
Igualdade, Mais Conquistas para Todas”.
De acordo com o governo, a conferência
marca a retomada da “principal instância de participação social voltada à
promoção da igualdade de gênero no Brasil”. A última edição do evento ocorreu
em 2016, no governo da presidenta Dilma Rousseff.
Para Lula, não existe
democracia sem ouvir as mulheres, e ações contínuas são necessárias para que
seus direitos não retrocedam.
“Essa conferência é também
um grito contra o silêncio. Um grito pela liberdade das mulheres falarem o que
quiserem, quando quiserem e onde quiserem. Não há democracia plena sem a voz
das mulheres. De todas as mulheres, pretas, brancas, indígenas, do campo e da
cidade, trabalhadoras, domésticas, empresárias, profissionais liberais, que
trabalham fora ou se dedicam a cuidar da família”, afirmou.
“O golpe contra a presidenta
Dilma Rousseff serviu não apenas para derrubar a primeira mulher a governar
esse país, foi também a tentativa de calar milhões de vozes femininas, porque o
autoritarismo não apenas odeia, ele também teme as mulheres. Estruturas de
proteção foram desmontadas, discurso preconceituosos e violentos e carregado de
ódio ecoaram do mais alto escalão da República e fizeram das mulheres um dos
seus alvos preferidos”, acrescentou Lula.
Ações
O presidente destacou
algumas ações desenvolvidas ao longo dos últimos anos, entre elas o plano de
igualdade salarial, que, segundo Lula, “é briga antiga” dos movimentos
femininos organizados. De acordo com ele, ainda há muita luta pela frente para
que a lei seja efetivamente implementada
“Entre a gente aprovar uma
lei, entre a gente regulamentar, e as mulheres começarem a receber o salário
igual, ainda vai ter muita briga, vai ter muito processo, vai ter muita
Justiça, porque é difícil você fazer as pessoas mudarem de hábito quando se
trata de colocar um pouquinho de dindin na mão do povo trabalhador”, disse
Lula.
Durante o evento, o
presidente ainda sancionou a lei que institui a Semana Nacional de
Conscientização sobre os Cuidados com as Gestantes e com Mães, na semana de 15
de agosto, data em que se comemora o Dia da Gestante. O objetivo é divulgar
informações e direitos relacionados à saúde da mulher com ênfase nos primeiros
mil dias – da gestação até o segundo ano de vida da criança – de forma a
estimular o desenvolvimento integral da primeira infância.
A Conferência Nacional de
Políticas para as Mulheres reúne cerca de 4 mil participantes de todas as
regiões do país.
A ministra das Mulheres,
Márcia Lopes, destacou que as propostas construídas durante o encontro, que foi
precedido de etapas preparatórias, servirão de base para a atualização do novo
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
"O futuro é uma semente
que já germina nas nossas mãos. Cada palavra, cada proposta e cada gesto vivido
nesta conferência regarão esta semente. O que construiremos juntas nestes dias
será raiz firme e tronco vigoroso para garantir dignidade, direitos e igualdade
para todas nós. Serão também asas abertas e fortes que nos conduzirão à
esperança da manhã tão desejada, liberdade, justiça e de plenitude para todas
as mulheres, sem nenhuma violência”, disse.
Os debates centrais
abordarão o enfrentamento às desigualdades sociais, econômicas e raciais;
fortalecimento da participação política das mulheres; enfrentamento à violência
de gênero; as políticas de cuidado e autonomia econômica; e a articulação
intersetorial entre governo e sociedade civil.
Agência Brasil
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