CCJ do Senado aprova fim da escala 6x1 e prevê jornada de 36h semanais.

Imagem ilustrativa - Reprodução - redes sociais
PEC sobre tema foi incluído
como “extra-pauta” na sessão da Comissão
A Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (10), o fim da escala de
seis dias de trabalho por um dia de descanso (6x1) e a redução da jornada de
trabalho das atuais 44 horas para 36 horas semanais. Ambas as mudanças são sem
redução salarial. Agora, o tema segue para plenário do Senado.
A Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) 148 de 2025 foi incluída na pauta da CCJ como matéria
“extra”, sem aviso prévio, e aprovada por votação simbólica. De autoria do
senador Paulo Paim (PT-RS), a PEC foi relatada pelo senador Rogério Carvalho
(PT-SE).
O relator explicou que a PEC
reduz, já no primeiro ano após a aprovação do texto, a jornada máxima de
trabalho de 44 para 40 horas semanais. Durante os quatro anos seguintes,
haveria uma redução de uma hora de trabalho, por ano, até chegar às 36 horas
semanais.
“São mais de 150 milhões de
brasileiros que se beneficiarão com esta PEC, considerando os trabalhadores,
considerando as famílias e considerando quem contrata também, porque vai
movimentar a economia, vai mudar a realidade social deste país”, disse Rogério
Carvalho.
Em seu parecer, o relator na
CCJ argumentou que a jornada de 6x1 está associada ao aumento dos riscos de
acidentes em razão do cansaço, por diminuir a qualidade do trabalho e por
causar danos a saúde, prejudicando o bem-estar do trabalhador.
“No Brasil, as redes sociais
têm sido tomadas nos últimos meses por manifestações contrárias à jornada 6x1,
considerada exaustiva pelos trabalhadores. Nesse sentido, foi criado o
Movimento Vida Além do Trabalho, com o objetivo de alterar a legislação para
assegurar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal”, escreveu Carvalho em
parecer.
Extra-pauta
A votação da PEC como
extra-pauta foi criticada pelo senador da oposição Eduardo Girão (Novo-CE), que
disse que queria ter tido a oportunidade de pedir vista para analisar a
proposta e fazer contribuições ao texto.
“Se fazer isso, na véspera
de um recesso, tirando esse direito do parlamentar de pedir vista. Me sinto
violentado por essa atitude. Eu sei que teve audiência pública sobre o assunto,
mas precisava ter o direito regimental de pedir vista. A única coisa que eu
posso dizer é que vamos tentar, lá no Plenário, ver se é possível fazer uma
audiência pública para melhorar o projeto, porque tudo pode ser melhorado”,
afirmou o senador cearense.
O presidente da CCJ, senador
Otto Alencar (PSD-BA), respondeu que não é incomum a inclusão de matérias
extra-pautas na Comissão, destacando que o tema foi debatido em audiência
pública.
“Eu lamento vossa excelência
não ter participado de três audiências públicas que nós fizemos e vossa
excelência não compareceu em nenhuma delas. Nós tínhamos o compromisso,
inclusive com o senador Paulo Paim, de votar [a PEC] ainda este ano”,
respondeu.
Câmara
A Câmara dos Deputados
também discute o tema na subcomissão especial dedicada a analisar a escala 6x1.
Na semana passada, ao apresentar o parecer, o deputado Luiz Gastão (PSD-CE)
rejeitou o fim da escala 6x1 e propôs a redução da jornada de 44 para 40 horas
semanais.
O relator na Câmara alegou
que seu texto foi a saída “possível” dentro da realidade econômica das empresas
brasileiras e da elevada informalidade do mercado de trabalho.
“[A PEC original] poderia
acarretar sérias consequências econômicas adversas, tais como queda na
produção, redução da produtividade e elevação dos índices de desemprego”,
afirmou Luiz Gastão.
O relatório lido na última
quarta-feira (3) na subcomissão da Câmara modificou o texto original da PEC de
autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que previa o fim da escala 6x1 e
uma jornada de 36 horas semanais.
Agência Brasil

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