DEZEMBRO VERMELHO: Paraíba reduz em 3% o número de mortes por aids e segue tendência nacional de queda.
A Paraíba apresentou redução
significativa nas mortes por aids entre 2023 e 2024. O número de óbitos caiu de
162 para 157, o que representa uma diminuição de 3,1%. O resultado acompanha a
tendência nacional: o país também reduziu em 13% os óbitos por aids, passando
de mais de 10 mil para 9,1 mil no mesmo período, o menor número em três
décadas, segundo o novo Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da
Saúde.
Os dados refletem os avanços
em prevenção, diagnóstico e, principalmente, no acesso gratuito pelo SUS a
terapias de ponta capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível.
Combinação que levou também a eliminação, como problema de saúde pública, da
transmissão vertical da doença, quando ocorre da mãe para o bebê.
“Hoje é um dia de luta, mas
também de conquista histórica: alcançamos o menor número de mortes por aids em
32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as
tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os avanços
também permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão
vertical como problema de saúde pública”, afirmou o ministro da Saúde,
Alexandre Padilha.
Os casos de aids no Brasil
também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%, passando de 37,5 mil
em 2023 para 36,9 mil no último ano. Em 2024, a Paraíba registrou 576 casos de
aids. No componente materno-infantil, o país registrou queda de 7,9% nos casos
de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao
vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%, o que
demonstra melhora significativa na atenção ofertada no pré-natal e nas
maternidades.
A eliminação da transmissão
vertical como problema de saúde pública também foi alcançada: o Brasil manteve
a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência da infecção em
crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos. O país também atingiu mais
de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às
gestantes que vivem com o vírus. Isso significa que o país interrompeu, de
forma sustentada, a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a
amamentação, atingindo integralmente as metas internacionais. Os resultados
estão em linha com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em 2024, o Brasil
contabilizou 68,4 mil pessoas vivendo com HIV ou aids, mantendo a tendência de
estabilidade observada nos últimos anos. Na Paraíba, foram 999 registros.
Ampliação do acesso à
prevenção, diagnóstico e tratamento
O Brasil adota a estratégia
de Prevenção Combinada, que reúne diferentes métodos para reduzir o risco de
infecção pelo HIV. Antes centrada principalmente na distribuição de
preservativos, a política incorporou ferramentas como a PrEP e a PEP, que
reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus. Para dialogar
com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos, o Ministério da
Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190
milhões de unidades de cada modelo.
O país também ampliou o
acesso à Profilaxia Pré-Exposição. Desde 2023, o número de usuários da PrEP
cresceu mais de 150%, resultado que fortaleceu a testagem, aumentou a detecção
de casos e contribuiu para a redução de novas infecções. Atualmente, 140 mil
pessoas utilizam a PrEP diariamente.
No diagnóstico, houve
expansão na oferta de exames com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para
HIV e sífilis, 65% a mais do que no ano anterior, além da distribuição de 780
mil autotestes, que facilitam a detecção precoce e o início oportuno do
tratamento.
O SUS mantém oferta gratuita
de terapia antirretroviral e acompanhamento a todas as pessoas diagnosticadas
com HIV. Mais de 225 mil utilizam o comprimido único de lamivudina mais
dolutegravir, combinação de alta eficácia, melhor tolerabilidade e menor risco
de efeitos adversos a longo prazo. Por concentrar o tratamento em uma única
dose diária, o esquema favorece a adesão e melhora a qualidade de vida.
Esses avanços aproximam o
Brasil das metas globais 95-95-95, que preveem que 95% das pessoas vivendo com
HIV conheçam o diagnóstico, 95% delas estejam em tratamento e 95% das tratadas
alcancem supressão viral. Duas das três metas já foram cumpridas pelo país.
Saúde lança edital de R$ 9
milhões para participação social
Para fortalecer a
participação social e a governança da resposta ao HIV, o Ministério da Saúde
lançou editais inéditos que somam R$ 9 milhões destinados a organizações da
sociedade civil, reconhecendo o papel histórico dessas entidades no controle
social e na construção de políticas públicas de enfrentamento à aids.
A pasta também reúne hoje o
maior número de comissões e comitês consultivos já instituídos na área, o que
amplia a escuta da sociedade e qualifica decisões estratégicas. Além disso,
liderou a criação de um comitê interministerial voltado à eliminação de
infecções e doenças determinadas socialmente, com foco especial na transmissão
vertical do HIV e na aids, iniciativa inédita no campo da saúde
Fonte: Ministério da Saúde


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