OAB aciona STF contra tributação de lucros e dividendos do Simples Nacional
Entidade argumenta que nova
lei fere o regime do Simples e amplia insegurança jurídica para micro e
pequenas empresas
O Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade, no Supremo Tribunal Federal (STF), para impedir que
dispositivos da Reforma Tributária sejam aplicados a empresas optantes do
Simples Nacional. A iniciativa busca preservar a isenção do Imposto de Renda
sobre a distribuição de lucros e dividendos dessas empresas — entre elas,
pequenos escritórios de advocacia — e evitar a criação de uma nova tributação
sobre valores já alcançados pelo regime simplificado.
A contestação tem como alvo
a Lei nº 15.270/2025, que restabelece a tributação sobre lucros e dividendos no
Brasil, a partir de 1º de janeiro de 2026, após quase 30 anos de isenção.
Embora a norma tenha como foco a tributação de altas rendas, a OAB afirma que a
legislação vem sendo interpretada como aplicável também a micro e pequenas
empresas, o que viola o regime jurídico do Simples Nacional e desrespeita
garantias constitucionais.
Segundo a entidade, os
optantes do Simples já recolhem seus tributos de forma unificada e definitiva
por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), o que esgota a
base econômica dos lucros distribuídos. Assim, a incidência adicional de Imposto
de Renda sobre esses valores configura dupla tributação.
O texto também aponta
violação a princípios constitucionais, como a isonomia tributária, a capacidade
contributiva e a vedação ao confisco.
Diante da iminente entrada
em vigor das novas regras, prevista para janeiro de 2026, a OAB pede a
concessão de medida cautelar. Para a entidade, a falta de regulamentação
específica amplia a insegurança jurídica e pode resultar em autuações fiscais,
inscrições em dívida ativa, bloqueio de contas e outras sanções capazes de
comprometer o funcionamento de pequenos negócios jurídicos e a prestação de
serviços advocatícios, especialmente em regiões mais vulneráveis.
Fonte: Brasil 61 -


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