Deputados voltam ao trabalho com pendências do ano passado.
Os
deputados estaduais iniciam hoje os trabalhos legislativos, após 45 dias de
folga, e vão ter como missão desengavetar Comissões Parlamentares de Inquérito
(CPI) que não foram instaladas no ano passado e acelerar a tramitação de
Propostas de Emenda à Constituição (PEC) que foram esquecidas em 2015 na
Assembleia Legislativa. A primeira sessão ordinária deste ano será iniciada com
a presença do governador Ricardo Coutinho (PSB), que irá enfrentar uma
manifestação promovida por professores estaduais contra a Medida Provisória
(MP) de sua autoria que suspendeu a data-base da categoria, além de promoções e
progressões funcionais.
Ao
longo do ano passado, foram protocoladas 15 PECs na Casa, sendo que quatro
delas tratavam do mesmo tema: o fim da votação secreta. As propostas foram
aglutinadas em uma única matéria, aprovada no mês de setembro, após sete meses
de tramitação. O mesmo processo não foi adotado na apreciação da PEC 6/2015, de
autoria do deputado Ricardo Barbosa (PSB), para ampliar o recesso parlamentar
no meio do ano.
Em
votação ocorrida em tempo recorde, os parlamentares aprovaram uma folga de 72
dias por ano trabalhado, com divergência apenas de Estela Bezerra (PSB). A
proposta foi apresentada no dia 16 de julho e aprovada 13 dias depois. Se os
parlamentares 'correram' para ampliar os dias de folga, eles deixaram na fila
propostas para implantação do orçamento impositivo no Estado e fixação de prazo
para indicação de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Apesar
da PEC do orçamento impositivo ter sido apresentada por Anísio Maia (PT) no mês
de março, ainda não foi instituída sequer comissão especial para emitir parecer
sobre a matéria, apesar da proposta já ter sido aprovada na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ). Da mesma forma, a PEC de Tovar Correia Lima
(PSDB) para obrigar o governador do Estado a nomear em 20 dias, após
recebimento de lista tríplice, conselheiros do TCE, também possui parecer
favorável da CCJ, mas não teve andamento.
Nas
gavetas da Assembleia ainda dormem PECs apresentadas pelo próprio presidente da
Casa, Adriano Galdino (PSB), por Buba Germano (PSB), Ricardo Barbosa e Bosco
Carneiro (PSL). O presidente garantiu
que a meta para 2016 é manter e até ampliar a produtividade de 2015, porém a
tentativa de Galdino de manter neste ano o mesmo ritmo de trabalho do ano
passado pode esbarrar nas eleições de 2016.
Com
alguns parlamentares já se apresentando como pré-candidatos a prefeituras, a
expectativa é que as ausências aumentem na Assembleia. Porém, Galdino afirmou
que já no início dos trabalhos legislativos vai reunir todos os deputados e
orientá-los para que o processo eleitoral não interfira nas atividades da Casa.
PROTESTO
A
Associação dos Professores em Licenciatura Plena (APLP) vai buscar o apoio dos
deputados estaduais contra a MP do governador Ricardo Coutinho, já que, segundo
o presidente da Associação, Bartolomeu Pontes, as progressões estão previstas
no atual Plano de Carreira do Magistério. “Uma Medida Provisória não pode
sobrepor uma lei. É um direito nosso. Já protocolamos na última sexta-feira um
pedido de audiência com o governador e com o secretário de Educação (Aléssio
Trindade) para discutir nossa situação”, disse Pontes.
JPOnline
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